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      Parceria China-Rússia ganha novo fôlego em visita de Xi Jinping a Moscou

      Encontro entre Xi e Putin fortalece laços estratégicos, sela acordos amplos e reforça oposição conjunta ao hegemonismo ocidental

      Delegações de Rússia e China, chefiadas pelos respectivos presidentes, se reúnem no Kremlin em 8 de maio de 2025 (Foto: Global Times )
      José Reinaldo avatar
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      247 - Em uma demonstração de força diplomática e alinhamento estratégico, o presidente da China, Xi Jinping, reuniu-se na manhã de quinta-feira (8) com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no Kremlin, em Moscou. A visita marcou não apenas a terceira reunião entre os dois líderes neste ano, mas também a volta simbólica de Xi às celebrações da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial, após um intervalo de uma década. Segundo o editorial do jornal  chinês Global Times, o encontro reafirma “o valor contemporâneo cada vez mais proeminente” das relações entre os dois países.

      Durante a declaração conjunta à imprensa, Xi Jinping destacou os pilares centrais da cooperação sino-russa: “amizade de longa data”, “benefício mútuo”, “defesa da equidade e da justiça” e “liderança na governança global”. Em um gesto que consolida esse eixo diplomático, os dois chefes de Estado am uma nova declaração conjunta sobre o aprofundamento da Parceria Estratégica Abrangente de Coordenação para a Nova Era, além de testemunharem a de mais de 20 documentos de cooperação bilateral. Os acordos abrangem desde biossegurança e economia digital até intercâmbios culturais e cinematográficos.

      Para o Global Times, trata-se de um momento de inflexão geopolítica. “A lógica por trás do desenvolvimento das relações China-Rússia é muito clara”, afirma o editorial. “Ela se alinha aos interesses fundamentais de ambos os países e seus povos, bem como à direção do progresso e do desenvolvimento na era atual.” A publicação ressalta que a aliança entre Moscou e Pequim se baseia em princípios de “não aliança, não confronto e não direcionamento contra terceiros” — o que, na prática, é visto como um contraponto direto ao hegemonismo ocidental,  em referência à postura dos EUA e seus aliados.

      Xi Jinping foi enfático ao afirmar que os dois países devem ser “verdadeiros amigos de aço que aram por centenas de provas de fogo”. Ele também celebrou o que chamou de “novo impulso” para o desenvolvimento das relações bilaterais, destacando que “a base da estabilidade na cooperação China-Rússia é mais sólida e a força motriz para o progresso é mais forte”.

      Segundo dados oficiais divulgados na reunião, o comércio entre os dois países atingiu um recorde de quase US$ 250 bilhões em 2024. A pauta comercial se diversificou com avanços em inovação tecnológica, indústria automobilística, comércio eletrônico e dispositivos médicos. No campo cultural, iniciativas como a coprodução do filme Red Silk, programas conjuntos de formação universitária e centros de ciência e educação têm intensificado os laços entre os povos.

      A visita de Xi ocorreu em um contexto histórico carregado de simbolismo. Em 2025, comemoram-se os 80 anos da vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa, da Grande Guerra Patriótica da União Soviética e do fim da Segunda Guerra Mundial. Também marca os 80 anos da fundação das Nações Unidas — instituição que, segundo China e Rússia, deve ser fortalecida como pilar do verdadeiro multilateralismo.

      “O mundo encontra-se hoje em uma encruzilhada entre unidade ou divisão, diálogo ou confronto”, alerta o editorial do Global Times. “A relação China-Rússia, que se mantém firme apesar das pressões externas e não sacrifica os interesses de outros países, é particularmente valiosa.”

      Pequim e Moscou têm se posicionado de forma coordenada em fóruns multilaterais como ONU, BRICS, G20, APEC e Organização para Cooperação de Xangai (OCX), defendendo uma reforma da governança global e maior representatividade dos países do Sul Global. Para os líderes chineses, esse eixo de cooperação representa uma resposta à tentativa de certos países de “formar inhas e provocar confrontos” — referência indireta à política de alianças militares e comerciais lideradas por Washington.

      Ficou evidente que a relação sino-russa atingiu um novo patamar. Segundo o Global Times, o contínuo aprofundamento da parceria é “uma escolha inevitável para ambos os lados, visando o sucesso mútuo e a promoção do próprio desenvolvimento e revitalização”. Mais do que uma aliança entre Estados, trata-se de um projeto político comum que visa redesenhar os rumos da ordem internacional.

      Ao afirmar que China e Rússia são “líderes na governança global”, Xi Jinping reafirma a disposição dos dois países de desafiar a estrutura geopolítica herdada da Guerra Fria. Em tempos de instabilidade, ambos propõem um modelo alternativo baseado em soberania, não ingerência e cooperação ganha-ganha — um projeto que, na visão de Pequim e Moscou, está mais afinado com os interesses da maioria dos países do mundo.

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