Papa Leão XIV se oferece para mediar diálogos de paz entre países em guerra

247 - O Papa Leão XIV, recém-eleito chefe da Igreja Católica, declarou nesta quarta-feira (14) sua disposição em atuar como mediador entre nações envolvidas em conflitos armados, reforçando o compromisso da Santa Sé com a promoção da paz global. As declarações foram feitas durante um discurso no Vaticano, diante dos representantes das Igrejas Católicas Orientais, em um evento pré-agendado para o Ano Santo do Jubileu de 2025.

A notícia, divulgada pela agência AFP e repercutida pelo jornal O Globo, indica que o pontífice norte-americano, sucessor do Papa Francisco, falecido em 21 de abril aos 88 anos, pretende marcar seu pontificado com forte engajamento diplomático e humanitário. Em suas palavras, Leão XIV afirmou que “fará todos os esforços para que a paz prevaleça”.

No pronunciamento realizado no Salão Paulo VI, lotado, o Papa fez um apelo direto aos cristãos do Oriente Médio para que não abandonem suas raízes diante das adversidades provocadas pelas guerras. “Quem, melhor do que vocês, pode cantar uma canção de esperança mesmo em meio ao abismo da violência?”, questionou, referindo-se aos conflitos em curso em regiões como Terra Santa, Ucrânia, Líbano, Síria, Tigré e Cáucaso.

Apelo ao diálogo entre inimigos - Reforçando o papel tradicional da Igreja como promotora de soluções pacíficas, o Papa Leão XIV defendeu o encontro entre adversários como meio essencial para restaurar a dignidade humana. “A Santa Sé está sempre pronta para ajudar a reunir os inimigos, cara a cara, para dialogarem entre si, para que os povos de todos os lugares possam mais uma vez encontrar esperança e recuperar a dignidade que merecem, a dignidade da paz”, declarou.

Em tom enfático, dirigiu-se aos líderes mundiais: “os povos do nosso mundo desejam a paz, e aos seus líderes apelo de todo o coração: vamos nos encontrar, vamos conversar, vamos negociar!”.

Defesa da permanência dos cristãos no Oriente Médio - Outra preocupação destacada por Leão XIV foi o êxodo dos cristãos em zonas de conflito, especialmente no Oriente Médio. Ele agradeceu àqueles que resistem à pressão de deixar suas casas e se mantêm firmes em seus territórios de origem. “Agradeço a Deus por aqueles cristãos orientais e latinos que, sobretudo no Oriente Médio, perseveram e permanecem em suas terras, resistindo à tentação de abandoná-las”, disse.

O Papa enfatizou que a permanência dos cristãos nessas regiões não deve ser uma promessa vazia, mas sim uma realidade garantida por direitos concretos: “os cristãos devem ter a oportunidade, e não apenas em palavras, de permanecer em suas terras natais com todos os direitos necessários para uma existência segura. Por favor, lutemos por isso!”.

O evento que reuniu representantes das 23 Igrejas Católicas Orientais — com presença em áreas da Europa Oriental, Oriente Médio, Índia e partes da África — já estava programado como parte da preparação para o Jubileu de 2025, mas acabou se tornando o palco do primeiro grande discurso internacional do novo pontífice.

Com esse posicionamento, Papa Leão XIV começa seu papado reforçando a vocação da Igreja Católica como ponte para a paz, colocando-se à disposição para intermediar processos de diálogo entre nações e reafirmando o direito dos povos a viver com dignidade em suas próprias terras.