Número recorde de cidadãos dos EUA busca cidadania britânica após reeleição de Trump
Pedidos aumentaram 12% no primeiro trimestre de 2025, impulsionados por insatisfação política e questões fiscais nos EUA
247 - Um número sem precedentes de cidadãos dos Estados Unidos solicitou a cidadania britânica entre janeiro e março deste ano, no início do segundo mandato do presidente Donald Trump. Os dados, divulgados nesta quinta-feira (22) pelo Ministério do Interior do Reino Unido, indicam que 1.931 americanos entraram com pedido para se tornarem cidadãos britânicos — o maior número registrado desde o início da série histórica, em 2004. As informações são da CNN Brasil.
Esse volume representa um aumento de 12% em relação ao trimestre anterior. Já entre outubro e dezembro de 2024, quando Trump foi reeleito, as solicitações também haviam registrado um pico. Além disso, no ano ado, o Reino Unido bateu outro recorde: o número de americanos que conseguiram residência permanente, conhecida como “settled status”, ou de 5.500 — um crescimento de 20% em relação a 2023.
A concessão do “settled status” permite viver, trabalhar e estudar no Reino Unido por tempo indeterminado, sendo uma etapa importante para quem deseja obter a cidadania britânica. Segundo as autoridades britânicas, os americanos têm demonstrado não apenas interesse em migrar, mas em fixar residência definitiva no país.
Esse movimento não é inédito. Durante o primeiro mandato de Donald Trump, especialmente em 2020, também houve uma alta expressiva. Nos seis primeiros meses daquele ano, mais de 5.800 cidadãos norte-americanos renunciaram à cidadania americana — quase o triplo do registrado em 2019 — segundo dados compilados pela empresa Bambridge ants, que atua em Nova York e Londres, com foco em tributação internacional.
“Essas são principalmente pessoas que já deixaram os EUA e simplesmente decidiram que já chega”, afirmou, Alistair Bambridge, em entrevista concedida em agosto de 2020. Na época, de acordo com ele, além da insatisfação com o cenário político e com a resposta à pandemia de Covid-19, muitos americanos também estavam motivados por questões fiscais.
Entretanto, estabelecer-se legalmente em países europeus tem se tornado mais desafiador. O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, anunciou na semana ada que irá endurecer as exigências para a obtenção da cidadania, incluindo o aumento do período de espera para novos imigrantes.
A Itália também apertou as regras: nesta semana, o país aboliu a possibilidade de conceder cidadania com base em ascendência por bisavós, além de já ter endurecido os critérios para concessão de vistos a cidadãos de fora da União Europeia.
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