Militares israelenses explodem prédios em campo de refugiados na Cisjordânia

RAMALLAH/JERUSALÉM (Reuters) - Militares israelenses explodiram prédios no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada, neste domingo, em uma operação que a agência de notícias estatal palestina disse ter destruído cerca de 20 edifícios.

Imagens mostraram uma série de explosões simultâneas no campo de refugiados, que estava densamente povoado.

Nuvens espessas de fumaça subiram sobre a cidade palestina, onde forças israelenses têm conduzido uma grande operação militar por quase duas semanas. Os militares israelenses dizem que a operação tem como alvo combatentes militantes palestinos e a apreensão de estoques de armas.

O Exército israelense disse que 23 estruturas foram "desmontadas" no norte da Cisjordânia depois que laboratórios de explosivos, armas e postos de observação foram descobertos por suas forças.

Em uma declaração anterior neste domingo, militares compartilharam imagens de armas de fogo, munição e o que pareciam ser latas de gás. Não foi revelado exatamente onde essas imagens foram tiradas.

O diretor do Hospital Governamental de Jenin, Wisam Baker, disse à agência de notícias estatal palestina que parte do hospital foi danificada nas explosões, mas não houve vítimas.

Jenin abriga um campo de refugiados lotado de descendentes de palestinos que foram expulsos ou fugiram de suas casas na guerra de 1948, quando o Estado de Israel foi estabelecido. O campo de refugiados tem sido um centro de atividade militante por décadas e alvo de repetidos ataques das forças de segurança israelenses.

As forças de Israel, apoiadas por helicópteros e escavadeiras blindadas, começaram o ataque à cidade em 21 de janeiro, dois dias após o cessar-fogo em Gaza entre Israel e o grupo militante Hamas entrar em vigor.

Israel considera a Cisjordânia como parte de uma guerra multi-frente contra grupos apoiados pelo Irã estabelecidos ao redor de suas fronteiras, de Gaza ao Líbano e incluindo os Houthis no Iêmen, e voltou sua atenção para a área imediatamente após a interrupção dos combates em Gaza.

A agência das Nações Unidas para refugiados palestinos disse que quase todos os 20.000 moradores do campo de Jenin foram deslocados nos últimos dois meses.

O Hamas pediu neste domingo uma "escalada na resistência" contra Israel após a destruição dos edifícios em Jenin.

A Autoridade Palestina, rival do Hamas, exerce governança limitada sobre a Cisjordânia, onde vivem cerca de 3 milhões de palestinos, sobre a qual Israel mantém controle militar geral.