Mais de 90% das casas em Gaza foram destruídas ou danificadas pelo exército israelense, alerta ONU
Agência da ONU pede o imediato para entrega de ajuda humanitária enquanto famílias palestinas vivem entre escombros e enfrentam fome deliberada
247 - Mais de 90% das casas na Faixa de Gaza foram destruídas ou danificadas desde o início da ofensiva militar israelense. A informação é da Organização Internacional para as Migrações (OIM), que publicou um relatório citando dados do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA). A matéria foi publicada originalmente pelo portal Al Mayadeen, com base em informações de agências internacionais.
A OIM destacou a escala alarmante da devastação e alertou para o agravamento da crise humanitária, uma vez que milhões de civis palestinos seguem expostos, sem o a abrigos seguros e vivendo sob constante ameaça. “Sem ter para onde ir, as famílias se abrigam em ruínas inseguras”, declarou a agência por meio da plataforma X (antigo Twitter).
A destruição em larga escala reduziu bairros inteiros a escombros, deixando a maioria da população desabrigada e forçada a improvisar abrigos com o que resta de suas casas. De acordo com a OIM, “a ajuda humanitária essencial para abrigos está pronta para ser enviada”, mas os bloqueios impostos nos pontos de entrada têm impedido a entrega de itens básicos como tendas, materiais de construção e kits de emergência. “A OIM tem abrigo pronto — os pontos de entrada devem abrir AGORA”, apelou a organização.
Em um cenário que a ONU já classificou como “catastrófico”, as denúncias se acumulam. A destruição sistemática de infraestrutura civil, o cerco militar e a falta de o a recursos básicos colocam em risco iminente a vida de mais de dois milhões de pessoas em Gaza. A maioria das vítimas é composta por mulheres e crianças, segundo dados da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).
O comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, fez duras críticas à conduta israelense na Faixa de Gaza. “A fome está se espalhando e se aprofundando, de forma deliberada e provocada pelo homem”, afirmou à imprensa na última terça-feira. Segundo ele, “a ajuda humanitária está sendo usada como moeda de troca e arma de guerra por Israel na Faixa de Gaza”.
Lazzarini defendeu a suspensão imediata do cerco israelense e destacou a urgência de uma ação internacional concreta: “O cerco deve ser levantado, os suprimentos devem chegar, os reféns devem ser libertados e o cessar-fogo deve ser retomado”. Ele ainda lançou um questionamento incisivo: “Quanto tempo mais levará até que palavras vazias de condenação se transformem em ações para levantar o cerco, retomar o cessar-fogo e salvar o que resta da humanidade?”
A comunidade internacional, apesar das declarações formais, ainda não conseguiu exercer pressão efetiva sobre o governo de Israel para permitir o fluxo contínuo de ajuda humanitária e respeitar os princípios do direito internacional humanitário. Enquanto isso, a crise se aprofunda e a população civil segue à mercê do que organizações internacionais já descrevem como uma política de punição coletiva.
O conflito em Gaza tem provocado crescente indignação em diferentes partes do mundo. Artistas, cineastas e defensores dos direitos humanos têm se manifestado contra a ofensiva militar. No Festival de Cannes, por exemplo, um documentário homenageando um fotojornalista palestino morto durante os bombardeios foi exibido em solidariedade ao povo de Gaza.
Apesar das crescentes denúncias e do clamor por um cessar-fogo imediato, o presidente dos EUA, Donald Trump, segue prestando apoio político e militar ao governo israelense, o que tem sido apontado por analistas como fator de estímulo à continuidade da ofensiva.
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