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      Macron considera reconhecer Estado palestino e desafia o genocídio de Netanyahu

      Presidente francês avalia ato simbólico em meio ao colapso da solução de dois Estados e ao holocausto promovido por Israel contra os palestinos

      Emmanuel Macron (Foto: Televisions/Handout via REUTERS)
      Redação Brasil 247 avatar
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      Em meio a uma tragédia humanitária sem precedentes na Faixa de Gaza, o presidente da França, Emmanuel Macron, avalia reconhecer oficialmente o Estado da Palestina como resposta ao que vem sendo amplamente caracterizado por juristas, especialistas em direitos humanos e lideranças internacionais como um genocídio em curso. Segundo reportagem da Reuters, publicada nesta terça-feira (28), a medida ainda não foi oficializada, mas ganha força nos bastidores do Palácio do Eliseu diante da brutalidade dos ataques israelenses e da iminente inviabilidade da solução de dois Estados.

      Caso avance, a França poderá se tornar o primeiro país do G7 a reconhecer formalmente a Palestina, rompendo com o silêncio cúmplice de boa parte do Ocidente. “Se a França agir, vários países europeus seguirão”, afirmou à Reuters o chanceler da Noruega, Espen Barth Eide.

      Macron pressiona por medidas concretas diante do holocausto em Gaza

      A ofensiva militar israelense, iniciada após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, já matou mais de 50 mil palestinos — a imensa maioria civis, mulheres e crianças — segundo autoridades de saúde locais. As imagens de corpos carbonizados, hospitais destruídos e populações inteiras sendo massacradas à luz do dia escandalizam o mundo e colocam o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no centro de acusações de crimes contra a humanidade.

      “Devemos ar das palavras aos atos. Diante dos fatos concretos, a perspectiva de um Estado palestino precisa ser mantida. Medidas concretas e irreversíveis são necessárias”, declarou Anne-Claire Legendre, conselheira de Macron para o Oriente Médio, durante reunião preparatória na ONU, no dia 23 de maio.

      Embora Macron ainda não tenha tomado uma decisão final, a disposição política é clara: responder à barbárie israelense com um gesto diplomático que represente um marco contra a impunidade e o apartheid imposto ao povo palestino.

      Israel intensifica chantagens e intimida Paris

      A resposta do governo Netanyahu tem sido agressiva e repleta de ameaças. Segundo fontes diplomáticas, Israel estaria ameaçando a França com retaliações, incluindo o corte de cooperação em inteligência, sabotagem a iniciativas regionais e até insinuações sobre a anexação de partes da Cisjordânia — uma violação flagrante do direito internacional.

      O próprio Netanyahu, que governa ao lado de partidos de extrema-direita e grupos supremacistas, acusou Macron, além dos primeiros-ministros do Canadá e do Reino Unido, de antissemitismo, após os três países manifestarem intenção de adotar medidas contra Israel e reconhecer a Palestina.

      “Se há um momento na história para reconhecer o Estado palestino, mesmo que de forma simbólica, esse momento provavelmente chegou”, afirmou à Reuters um alto funcionário francês. A declaração revela o entendimento de que a omissão diante do que ocorre em Gaza seria conivência com o extermínio de um povo inteiro.

      União Europeia dividida entre a covardia e a justiça

      Dentro da União Europeia, o reconhecimento da Palestina divide os governos. Enquanto alguns tentam adiar a decisão com o argumento de que ela enfraqueceria o “processo de paz” — inexistente há anos — outros defendem que é preciso romper com a hipocrisia e agir com firmeza. Para esses, o reconhecimento deve vir acompanhado de sanções contra autoridades israelenses e da proibição de comércio com colônias ilegais nos territórios ocupados.

      “É nossa visão que esse reconhecimento não seria útil neste momento”, disse um diplomata europeu, em mais uma manifestação de tibieza moral diante do massacre.

      Macron, no entanto, parece disposto a ignorar essas vozes e deixar sua marca. O presidente francês, que inicialmente apoiou Israel após o ataque do Hamas, mudou de tom com o agravamento do genocídio. Em entrevista em 9 de abril, afirmou: “Precisamos caminhar rumo ao reconhecimento. Nos próximos meses, faremos isso.”

      Sem normalização possível com Estados árabes

      A esperança de Macron de construir uma via diplomática que envolva, simultaneamente, o reconhecimento da Palestina por potências ocidentais e a normalização de Israel com países árabes, no entanto, esbarra na indignação popular provocada pelos horrores de Gaza. A Arábia Saudita, considerada “o prêmio final” para os interesses israelenses, deixou claro que não há clima para reaproximação.

      “Paz regional começa com o reconhecimento do Estado da Palestina, não como gesto simbólico, mas como necessidade estratégica”, disse Manal Radwan, conselheira do chanceler saudita, em reunião na ONU. Ela não mencionou qualquer possibilidade de reconhecimento de Israel.

      Macron entre o legado e a pressão da história

      Ao ponderar o reconhecimento do Estado palestino, Macron se encontra entre a pressão internacional, o peso da História e a expectativa de deixar um legado. A decisão, se concretizada, não apenas confronta diretamente a política de extermínio conduzida por Netanyahu, como também poderá catalisar uma reação em cadeia dentro da Europa e do sistema multilateral.

      O silêncio diante de um genocídio é uma forma de cumplicidade. O reconhecimento da Palestina, mesmo que tardio e simbólico, poderá marcar o início da responsabilização daqueles que promovem, diante dos olhos do mundo, um novo holocausto — desta vez contra o povo palestino.

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