Lee Jae-myung é eleito presidente da Coreia do Sul após colapso do governo Yoon Suk Yeol

247 - O liberal Lee Jae-myung foi eleito presidente da Coreia do Sul nesta terça-feira (3), em uma eleição extraordinária convocada após a deposição do ex-presidente Yoon Suk Yeol. 

A apuração parcial, com mais de 99% dos votos contados, confirma a vitória de Lee com 49,3% dos votos contra 41,3% do conservador Kim Moon-soo, segundo dados da Comissão Nacional Eleitoral. A informação é do portal South Korea presidential election as it happened.

A eleição ocorreu exatamente seis meses após Lee ter rompido cordões militares para votar contra o decreto surpresa de lei marcial imposto por Yoon, que havia sido seu adversário na disputa de 2022. A decisão autoritária precipitou uma cadeia de eventos que levou ao impeachment de Yoon, à ascensão de três presidentes interinos e à abertura de diversos julgamentos por insurreição contra o ex-mandatário e membros de sua cúpula.

Em pronunciamento breve diante de apoiadores reunidos nos arredores do Parlamento, Lee afirmou: “Podemos superar esta dificuldade temporária com a força conjunta do nosso povo, que tem grandes capacidades.” Ele também se comprometeu a reativar a economia nacional e buscar uma convivência pacífica com a Coreia do Norte, por meio de diálogo e firmeza.

O comparecimento às urnas foi o mais alto em quase três décadas: 80% dos 44,39 milhões de eleitores aptos participaram do pleito — a maior taxa desde 1997. O resultado oficial deve ser certificado pela Comissão Nacional Eleitoral nesta quarta-feira (4).

A eleição sela uma virada política dramática após o colapso da gestão de Yoon, cuja tentativa de consolidar poder via intervenção militar foi duramente rejeitada pela população. Para muitos sul-coreanos, a eleição de Lee representa um novo começo. “Estive aqui em 3 de dezembro, quando foi decretada a lei marcial, e em 14 de dezembro, quando Yoon foi destituído. Agora, Lee Jae-myung está se tornando presidente. Espero que ele seja um líder que apoie as pessoas comuns, não os interesses estabelecidos, não uma minoria rica”, disse Choi Mi-jeong, 55 anos, professora de ciências.

A ascensão de Lee, que havia sido derrotado por margem estreita nas últimas eleições presidenciais, marca o retorno da ala progressista ao comando do país, em um cenário ainda tenso após meses de instabilidade institucional.