Kremlin vê com bons olhos declaração dos EUA contrária ao ingresso da Ucrânia na Otan
Porta-voz de Putin afirma que posição do governo Trump coincide com interesses da Rússia e pode abrir caminho para negociações
247 - O governo russo recebeu positivamente a recente declaração dos Estados Unidos descartando a possibilidade de adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). A informação foi divulgada nesta segunda-feira (21) por agências internacionais, com base em reportagem original da Reuters. O posicionamento do presidente dos EUA, Donald Trump foi interpretado pelo Kremlin como um gesto alinhado aos interesses estratégicos da Federação Russa.
"Ouvimos de Washington, em vários níveis, que a adesão da Ucrânia à OTAN está excluída", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, durante conversa com jornalistas. "Claro, isso é algo que nos deixa satisfeitos e coincide com a nossa posição."
No domingo (20), o general Keith Kellogg, enviado dos Estados Unidos, declarou que a entrada da Ucrânia na aliança militar liderada pelos EUA está “fora de cogitação”, ecoando falas anteriores de Trump, que responsabiliza o apoio ocidental à candidatura ucraniana pela escalada do conflito. Essa avaliação tem sido frequentemente utilizada por Moscou para justificar sua ofensiva militar iniciada em 2022.
Peskov reiterou que a OTAN representa uma ameaça direta aos interesses nacionais russos. “A adesão da Ucrânia à aliança liderada pelos EUA representaria uma ameaça aos interesses nacionais da Federação Russa. E, de fato, esta é uma das causas profundas deste conflito”, disse o porta-voz.
De acordo com a Reuters, o presidente russo Vladimir Putin tem reiterado que o fim da guerra depende de dois fatores: o abandono formal da candidatura ucraniana à OTAN e a retirada total das tropas de Kiev das quatro regiões ucranianas reivindicadas por Moscou — atualmente sob controle majoritário da Rússia.
Neste domingo (20), Trump voltou a se pronunciar, afirmando esperar que Rússia e Ucrânia cheguem a um acordo ainda nesta semana. Questionado sobre essa declaração, Peskov adotou cautela: “Não quero fazer nenhum comentário agora, especialmente sobre o prazo”, respondeu.
Até o momento, Kiev não se pronunciou oficialmente sobre as recentes declarações de Trump e Kellogg.
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