Kim Jong-un reafirma apoio incondicional da Coreia do Norte à Rússia na guerra da Ucrânia

247 - Em mais um gesto de alinhamento estratégico entre Pyongyang e Moscou, o líder da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), Kim Jong-un, reafirmou nesta quarta-feira (4) seu apoio incondicional à Rússia em assuntos internacionais — em especial no contexto da guerra na Ucrânia. As declarações foram feitas durante encontro com o secretário do Conselho de Segurança da Federação Russa, Sergey Shoigu, conforme relataram a Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA) e a agência russa TASS.

Segundo a KCNA, Kim assegurou que seu governo continuará respaldando "incondicionalmente, no futuro, a posição da Rússia e suas políticas externas em todas as questões políticas internacionais cruciais, incluindo a questão ucraniana". A reunião foi marcada por um clima de "amizade e confiança", e contou com discussões sobre a situação na Ucrânia e outros temas relevantes da agenda internacional.

O líder norte-coreano declarou ainda sua confiança na vitória de Moscou no campo de batalha. “Ele expressou expectativa e convicção de que a Rússia, como sempre, certamente venceria a causa sagrada da justiça para defender a soberania nacional, a integridade territorial e os interesses de segurança”. Kim também desejou ao povo russo "vitória eterna, prosperidade e felicidade".

A visita de Shoigu representa mais um elo na crescente cooperação entre os dois países, que têm aprofundado relações militares e diplomáticas. Durante o encontro, Shoigu manifestou "gratidão especial" da liderança russa pela memória dos combatentes coreanos que participaram de operações militares no conflito com a Ucrânia. Ele ressaltou “o heroísmo incomparável e o espírito abnegado dos excelentes filhos do povo coreano que participaram das operações de libertação da região de Kursk e defenderam a preciosa parte do território russo como sua própria pátria, lutando lado a lado com os soldados russos na mesma trincheira”.

A reafirmação do apoio de Pyongyang à Rússia acontece em um momento de crescente tensão global e realinhamento geopolítico, com os Estados Unidos e seus aliados reforçando sanções contra a Coreia do Norte e intensificando o apoio militar à Ucrânia. A aproximação estratégica entre Kim Jong-un e o Kremlin tem sido vista por analistas como uma tentativa mútua de romper o isolamento e buscar parceiros confiáveis em tempos de confronto prolongado.

A reunião entre Kim e Shoigu soma-se a outros episódios recentes de cooperação, incluindo o envio de delegações militares russas à Coreia do Norte e a possibilidade de acordos logísticos e bélicos entre os dois países. As declarações desta quarta-feira reforçam que a guerra na Ucrânia, além de seu caráter regional, segue provocando realinhamentos estratégicos de alcance global.