Hamas descarta nova trégua enquanto Israel prosseguir o genocído e usar a fome como arma de guerra em Gaza
O Hamas afirma que não negociará cessar-fogo com Israel enquanto persistirem os bloqueios que impedem a entrada de alimentos e água em Gaza
247 - O Hamas declarou nesta terça-feira (6) que não vê mais sentido em discutir propostas de cessar-fogo com Israel enquanto a população da Faixa de Gaza enfrenta uma crescente crise humanitária, provocada pelo bloqueio à entrada de ajuda. A declaração foi dada por Basem Naim, alto dirigente do movimento, em entrevista à Agence -Presse (AFP).
“Não faz sentido iniciar negociações ou considerar novas propostas de cessar-fogo enquanto a guerra de fome e a guerra de extermínio continuarem na Faixa de Gaza”, afirmou Naim, responsabilizando diretamente o governo israelense pelo agravamento da situação. Segundo ele, é urgente que “a comunidade internacional pressione o governo de Netanyahu para pôr fim aos crimes de fome, sede e assassinatos” contra a população palestina.
A posição do Hamas surge em meio a novas movimentações militares de Israel. Um alto funcionário da área de defesa disse que há uma "janela de oportunidade" para um possível acordo de cessar-fogo até o final da visita do presidente dos EUA, Donald Trump, ao Oriente Médio, prevista para a próxima semana. Segundo ele, caso não haja avanços até lá, as Forças de Defesa de Israel (IDF) lançarão uma ampla ofensiva terrestre em Gaza.
No último domingo, o gabinete de segurança israelense aprovou um novo plano militar que inclui a “conquista de Gaza” e a manutenção do território sob ocupação. Entre os objetivos anunciados estão o deslocamento forçado da população civil para o sul do território, a eliminação de forças do Hamas e a prevenção de que o movimento mantenha o controle sobre os suprimentos humanitários.
A escalada militar ocorre após o abandono por Israel de uma trégua de dois meses, iniciada com a libertação parcial de reféns israelenses e a entrada de ajuda humanitária. Desde 2 de março, Israel interrompeu o fluxo de alimentos e medicamentos para Gaza. Segundo organizações internacionais, esse é o período mais longo sem assistência desde o início da guerra, em outubro de 2023, após o ataque do Hamas a território israelense.
Atualmente, 59 prisioneiros israelenses seguem sob custódia do Hamas na Faixa de Gaza. Movimentos de familiares e manifestantes pró-libertação realizaram novos atos neste fim de semana, como o protesto ocorrido em Tel Aviv, na chamada Praça dos Reféns, cobrando do governo Netanyahu mais esforços concretos para garantir o retorno dos sequestrados.
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