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      França e Vietnã assinam acordos no valor de US$ 10 bilhões durante visita de Macron a Hanói

      Presidente francês busca ampliar influência no Sudeste Asiático em meio à pressão de Trump por tarifas contra União Europeia e exportadores vietnamitas

      O presidente francês Emmanuel Macron e o presidente do Vietnã Luong Cuong apertam as mãos durante uma reunião no Palácio Presidencial em Hanói em 26 de maio de 2025 (Foto: NHAC NGUYEN/Pool via REUTERS)
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      247 - Durante sua primeira visita oficial ao Vietnã, o presidente da França, Emmanuel Macron, firmou nesta segunda-feira (27) contratos que ultraam € 9 bilhões (cerca de US$ 10,25 bilhões) em setores como aviação, defesa, energia e tecnologia. 

      A viagem, que representa a primeira de um chefe de Estado francês ao país em quase dez anos, ocorre em um contexto de tensão geopolítica e comercial, com os Estados Unidos ameaçando impor tarifas elevadas à União Europeia.

      A agenda de Macron em Hanói acontece dias após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a possibilidade de tarifas de até 50% sobre produtos europeus a partir de 1º de junho — prazo que foi posteriormente estendido para 9 de julho. A iniciativa norte-americana gerou preocupação entre aliados do bloco europeu e afetou as tratativas de Hanói com seus principais parceiros comerciais, como a França.

      Entre os principais contratos firmados está a venda de 20 aeronaves Airbus A330neo para a companhia aérea vietnamita de baixo custo VietJet. O acordo representa uma ampliação do memorando de entendimento assinado no ano ado. Embora os detalhes financeiros e prazos de entrega não tenham sido divulgados, a negociação é vista como uma resposta às pressões dos EUA sobre o Vietnã, cuja economia depende fortemente das exportações.

      A Airbus Defence and Space também assinou uma declaração de intenções com o governo vietnamita para desenvolver um novo programa de satélites de observação da Terra. A parceria tem como objetivo substituir o satélite lançado em 2013, produzido pela antiga EADS, predecessora da Airbus.

      Além da aviação e da tecnologia espacial, os acordos contemplam áreas como cooperação em energia nuclear, transporte ferroviário e marítimo, além do fornecimento de vacinas pela farmacêutica sa Sanofi. No total, foram assinados 14 pactos formais, número abaixo das “dezenas” inicialmente projetadas pelo Palácio do Eliseu, mas outras iniciativas devem ser anunciadas nesta terça-feira (28), segundo uma autoridade sa.

      Alinhamento estratégico e defesa compartilhada

      Durante pronunciamento à imprensa, sem espaço para perguntas, Macron reforçou o apoio da França à liberdade de navegação — tema central para o Vietnã, que enfrenta disputas territoriais com a China no Mar do Sul da China. "A parceria com o Vietnã implica uma cooperação de defesa reforçada", afirmou o presidente francês, destacando os projetos assinados nas áreas de defesa e aeroespacial.

      O presidente vietnamita, Luong Cuong, também apontou o fortalecimento da parceria militar, que inclui “compartilhamento de informações estratégicas”, colaboração na indústria de defesa, segurança cibernética e combate ao terrorismo.

      Investimentos logísticos e presença europeia no Sudeste Asiático

      A empresa sa de logística CMA CGM, por sua vez, formalizou um acordo com a operadora portuária Saigon Newport para a construção de um terminal de contêineres de águas profundas no norte do Vietnã, com conclusão prevista até 2028. O projeto, avaliado em US$ 600 milhões, é considerado estratégico para aumentar a presença europeia na região.

      A visita a Hanói marca o início de uma viagem de Macron por países do Sudeste Asiático, que ainda inclui escalas na Indonésia e em Singapura. Em Hanói, ele deve se reunir com estudantes universitários antes de seguir para Jacarta.

      Um vídeo que circulou nas redes sociais mostrou um momento inusitado no desembarque: ainda dentro do avião, a primeira-dama Brigitte Macron aparentemente empurra o rosto do presidente em um gesto que o Palácio do Eliseu descreveu como “um momento de proximidade”.

      Equilíbrio geopolítico e acordos comerciais em jogo

      A diplomacia sa tem insistido para que o Vietnã mantenha equilíbrio nas concessões feitas aos Estados Unidos, sobretudo após sinalizações de que o governo vietnamita considera a aquisição de até 250 aeronaves da norte-americana Boeing. A medida visaria amenizar o déficit comercial com os EUA e aliviar pressões de Washington por medidas protecionistas.

      O Vietnã, que foi colônia sa até 1954 — quando as forças coloniais foram derrotadas em Dien Bien Phu — elevou no ano ado sua relação com a França ao mais alto nível diplomático. A visita de Macron reforça esse novo patamar da parceria, com foco no equilíbrio entre interesses econômicos e estratégicos em uma região marcada pela crescente disputa entre potências globais.

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