EUA intensificam sanções contra rede de petróleo iraniano, ampliando tensões com China e minando negociações nucleares
Mais de 20 empresas são sancionadas sob alegações de financiar aparato militar; Teerã e Pequim denunciam medidas como unilaterais e desestabilizadoras
247 - Os Estados Unidos anunciaram sanções contra mais de 20 empresas acusadas de facilitar a exportação de petróleo iraniano para a China, alegando que os lucros "financiam programas militares de Teerã". As medidas, parte da política de "pressão máxima" do presidente Donald Trump, foram divulgadas poucos dias após a conclusão da quarta rodada de negociações nucleares entre EUA e Irã em Omã.
O Departamento do Tesouro dos EUA acusa a rede sancionada de operar em nome do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã e de sua empresa de fachada, Sepehr Energy. Entre as empresas penalizadas estão a CCIC Singapore PTE, acusada de ocultar a origem iraniana do petróleo por meio de transferências entre navios e documentos falsificados, e a Huangdao Inspection and Certification Co, que teria auxiliado nessas operações. A Qingdao Linkrich International Shipping Agency Co também foi sancionada por atuar como agente portuário para navios fretados pela Sepehr Energy.
A porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, declarou que os EUA continuarão a usar todas as ferramentas disponíveis para responsabilizar o regime iraniano.
O Irã criticou as sanções, considerando-as incompatíveis com as negociações em andamento. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmaeil Baghaei, afirmou que as medidas minam o processo de negociação e afetam a posição do Irã.
A China, principal destino do petróleo iraniano, também condenou as sanções, acusando os EUA de aplicar medidas extraterritoriais que prejudicam o comércio global. Pequim continua a adquirir petróleo iraniano, muitas vezes rotulado como proveniente de outros países, utilizando transações em yuan para evitar o sistema financeiro dos EUA.
As sanções também afetam refinarias independentes chinesas, conhecidas como "teapots", que são os principais compradores do petróleo iraniano. Empresas como Shandong Shengxing Chemical Co. foram sancionadas por adquirirem petróleo iraniano, o que levou a interrupções em suas operações e aumento das preocupações no setor de refino chinês.
Analistas apontam que, embora as sanções aumentem a pressão sobre o Irã e a China, seu impacto mais amplo dependeria de medidas contra empresas estatais chinesas de maior porte, envolvidas no comércio de petróleo com o Irã.
O Irã criticou as sanções, considerando-as incompatíveis com as negociações em andamento. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmaeil Baghaei, afirmou que as medidas minam o processo de negociação e afetam a posição do Irã.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: