Em entrevista à mídia dos EUA, Lavrov abre as condições russas para a paz na Ucrânia
Chanceler russo afirmou que a Rússia não negocia seu próprio território, referindo-se à Crimeia
247 – Em entrevista concedida à emissora norte-americana CBS, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, rebateu a alegação de que Moscou não estaria disposto a fazer concessões para encerrar o conflito na Ucrânia. Segundo Lavrov, a Rússia busca um "equilíbrio de interesses" nas negociações com os Estados Unidos e a Ucrânia e mantém a disposição para “negociações sérias e respeitosas”, ao contrário de Kiev, que, segundo ele, “fala apenas pela mídia”.
O diplomata russo destacou que as negociações com Washington estão “caminhando na direção certa”, impulsionadas pelo reconhecimento, por parte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dos erros cometidos pela Otan e das violações dos direitos russos na Ucrânia. Lavrov elogiou o plano de cessar-fogo proposto por Trump, mas ressaltou a necessidade de garantias firmes de que a Ucrânia não utilizará o tempo de trégua para reconstruir seu aparato militar.
Críticas à condução ucraniana e defesa das ações russas
Lavrov respondeu às críticas de que a Rússia estaria atacando civis em Kiev, afirmando que Moscou mira apenas “objetivos militares ou locais civis utilizados para fins militares”. “Jamais atacamos conscientemente locais civis, ao contrário do regime de Zelensky”, afirmou. Questionado sobre o pedido de Trump para que Vladimir Putin interrompesse os ataques, Lavrov insistiu que o alvo atingido não era civil e reiterou a importância das garantias para a efetividade de qualquer cessar-fogo.
Sobre a aceitação ucraniana de um cessar-fogo mediado pelos EUA, Lavrov explicou: “Não é uma pré-condição. É a lição aprendida depois de, pelo menos, três vezes em que acordos semelhantes foram violados pelo regime ucraniano com apoio de capitais europeias e da istração Biden”.
Crimeia como "fato consumado" e negociações sobre armas nucleares
Durante a entrevista, Lavrov enfatizou que a situação da Crimeia está fora de qualquer mesa de negociações. “Crimeia é um fato consumado”, declarou, elogiando Trump por reconhecer a realidade de que o território é parte da Rússia. “A Rússia não negocia seu próprio território”, completou.
Lavrov também abordou as acusações de que a Rússia estaria desenvolvendo armamentos nucleares para uso no espaço. Ele classificou essas alegações como falsas e destacou que Moscou propôs, na ONU, um tratado para proibir armas nucleares no espaço, proposta que, segundo ele, foi rejeitada pelos Estados Unidos durante a istração Biden.
Questionado sobre a possibilidade de novas negociações de controle de armas com Washington, Lavrov afirmou que a Rússia sempre esteve aberta ao diálogo, mas lembrou que “foram os Estados Unidos que romperam o processo de fortalecimento da estabilidade estratégica”.
Confiança no processo diplomático
Apesar das tensões, Lavrov demonstrou otimismo cauteloso em relação às negociações em curso. Ele confirmou que as conversas entre representantes russos e americanos continuam e elogiou o esforço de Trump para manter um diálogo baseado nos interesses nacionais de ambas as potências. “Estamos sempre prontos para o diálogo”, declarou.
Lavrov também minimizou a ameaça de novas sanções dos EUA, destacando que a Rússia se concentra em negociações reais e em buscar um “verdadeiro equilíbrio de interesses”. “Se os americanos quiserem desenvolver novos projetos e encontrar esse equilíbrio, é natural fazer negócios juntos”, concluiu.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: