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      Coalizão da direita com a social-democracia fracassa na tentativa de eleger Merz chefe de governo alemão

      Direita aliada à social-democracia sofre derrota surpreendente no Bundestag

      O conservador Merz sofre derrota no Parlamento Alemão (Foto: Reuters/Fabrizio Bensch)
      José Reinaldo avatar
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      247 - O conservador Friedrich Merz, líder da União Democrata Cristã (CDU) e nome mais cotado para ocupar o cargo de chanceler da Alemanha, não conseguiu garantir os votos necessários no Bundestag, o parlamento alemão, nesta terça-feira (6), frustrando sua pretensão de chefiar o novo governo federal após a vitória de sua coligação nas eleições nacionais de fevereiro. O resultado surpreende e lança incertezas sobre a estabilidade da aliança recém-formada entre os democrata-cristãos e os sociais-democratas do SPD, desgaca reportagem da Reuters.

      No primeiro turno da votação parlamentar, Merz obteve apenas 310 votos, seis a menos do necessário para alcançar a maioria absoluta (316 votos) exigida para ser confirmado como chanceler pela câmara baixa do parlamento alemão. A informação foi confirmada pela presidente do Bundestag, Julia Kloeckner, que imediatamente suspendeu a sessão para consultas entre os grupos parlamentares.

      Merz, de 69 anos, retornou à cena política como uma figura chave na direita tradicional alemã após anos de disputa pela liderança dentro da CDU. Ele liderou a aliança CDU/CSU na campanha eleitoral que rendeu ao bloco 28,5% dos votos — uma vitória relativa, mas insuficiente para garantir uma maioria parlamentar. A solução encontrada foi uma coalizão com o SPD, que teve seu pior desempenho eleitoral desde o pós-guerra, com apenas 16,4% dos votos.

      O revés no Bundestag levanta questionamentos sobre a solidez dessa aliança, que foi formalizada apenas na segunda-feira, véspera da votação. O acordo, assinado com grande alarde, buscava formar um governo de união entre os dois maiores partidos tradicionais da Alemanha — mas agora mostra-se vulnerável a tensões internas e à resistência entre parlamentares.

      Julia Kloeckner anunciou que a casa tem até 14 dias para tentar novamente eleger um chanceler com maioria absoluta. Caso não se alcance esse quórum em nenhuma das próximas votações, o parlamento poderá realizar um terceiro turno, onde basta uma maioria simples para validar a indicação — mas nesse caso, caberá ao presidente da República decidir se nomeia o eleito ou dissolve o Bundestag, convocando novas eleições.

      Nos bastidores, já circulam especulações sobre dissidências dentro do SPD ou mesmo entre parlamentares conservadores. Alguns analistas apontam que o voto de protesto pode ter vindo de setores do SPD inconformados com a guinada conservadora do novo pacto, enquanto outros suspeitam de insatisfações dentro da própria CDU em relação à liderança de Merz.

      A não eleição do chanceler ocorre em um momento de alta expectativa para a Alemanha, que busca retomar protagonismo europeu em meio a uma economia ainda pressionada pela desaceleração global, pelos efeitos persistentes da crise energética e por uma nova onda de tensões geopolíticas envolvendo a Ucrânia e a política industrial da União Europeia.

      Merz, que se notabilizou por sua retórica pró-mercado e por propostas de endurecimento na política migratória, vinha sendo apresentado como uma alternativa de "estabilidade com firmeza" após os anos de governo de Olaf Scholz (SPD), cuja popularidade sofreu erosão por decisões impopulares na área fiscal e pelo aumento do custo de vida.

      Agora, o fracasso na primeira tentativa de eleição coloca em xeque sua capacidade de articular um governo coeso. Analistas em Berlim preveem que o segundo turno da votação, que pode ocorrer já nos próximos dias, será crucial para testar a real adesão parlamentar à coalizão CDU-SPD — ou se o país caminha para uma crise política mais prolongada.

      Enquanto isso, o país continua sob um governo interino, e os olhos da Europa se voltam para o que acontece no Bundestag — epicentro de uma das mais delicadas transições políticas da Alemanha desde o fim da era Merkel.

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