Amazon lança os primeiros satélites de internet Kuiper, competindo com a Starlink de Musk
Constelação terá mais de 3 mil satélites e pretende levar internet a regiões remotas; missão enfrentou atrasos e busca cumprir meta da FCC até 2026
Reuters - A Amazon lançou nesta segunda-feira (29) os primeiros 27 satélites da constelação Kuiper, sua ambiciosa iniciativa de internet via satélite. O lançamento ocorreu a partir da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida, com um foguete Atlas V da United Launch Alliance (parceria entre Boeing e Lockheed Martin).
A missão marca o início da implementação de uma rede global de internet banda larga a partir do espaço, que buscará competir diretamente com a Starlink, operada pela SpaceX, do presidente dos Estados Unidos, Elon Musk.
Os equipamentos enviados ao espaço são os primeiros de um total de 3.236 satélites previstos para compor a constelação do Projeto Kuiper. Anunciado em 2019, o projeto representa um investimento de US$ 10 bilhões e tem como público-alvo consumidores, empresas e governos – os mesmos que a Starlink vem atraindo há anos com sua infraestrutura já consolidada.
Lançamento após adiamento
O lançamento estava inicialmente agendado para 9 de abril, mas foi adiado devido às condições climáticas desfavoráveis. A decolagem aconteceu às 19h (horário da costa leste dos EUA), e marca um o fundamental para a Amazon, que havia previsto iniciar os envios em 2024, mas enfrentou atrasos de mais de um ano.
Segundo a Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC), a empresa precisa colocar em órbita metade da constelação – ou seja, 1.618 satélites – até meados de 2026. Analistas indicam que, devido ao cronograma apertado, a Amazon poderá solicitar uma extensão de prazo.
Aposta estratégica em regiões remotas
A Amazon posiciona o Kuiper como uma solução especialmente vantajosa para áreas rurais ou de baixa cobertura, onde o o à internet é escasso ou inexistente. Embora chegue com certo atraso ao setor dominado pela SpaceX, a empresa aposta em sua ampla experiência no relacionamento com o consumidor e em sua infraestrutura de computação em nuvem como diferenciais frente à concorrência.
A expectativa é que o centro de operações da empresa, localizado em Redmond, Washington, estabeleça contato com todos os satélites da missão nas próximas horas ou dias. Caso tudo ocorra como planejado, a Amazon prevê iniciar a oferta de serviços aos clientes ainda em 2025.
Starlink em vantagem, mas com espaço para concorrência
Enquanto a Amazon dá os primeiros os, a Starlink já realizou 250 lançamentos dedicados desde 2019 e colocou mais de 8 mil satélites em órbita. Com média de pelo menos uma missão por semana, o sistema acumula mais de 5 milhões de usuários em 125 países, além de ser utilizado por forças militares e agências de inteligência.
Mesmo assim, Jeff Bezos, presidente do conselho executivo da Amazon, demonstrou otimismo. Em entrevista à Reuters em janeiro, declarou: “Existe uma demanda insaciável por internet. Há espaço para muitos vencedores nesse setor. Prevejo que a Starlink continuará a ter sucesso, e o Kuiper também será bem-sucedido”.
Bezos acrescentou que, embora o foco principal do Kuiper seja comercial, a constelação em órbita baixa também terá aplicações de defesa.
Equipamentos e contratos
Em 2023, a Amazon apresentou seus terminais de conexão com os satélites, incluindo uma antena do tamanho de um disco de vinil e outra ainda menor, comparável ao Kindle. A empresa planeja fabricar dezenas de milhões desses dispositivos, cada um por menos de US$ 400.
Para viabilizar o Kuiper, a Amazon assinou, em 2022, o maior contrato de lançamentos espaciais da história, com 83 foguetes encomendados da ULA, da sa Arianespace e da Blue Origin – empresa aeroespacial fundada pelo próprio Bezos. Segundo o CEO da ULA, Tory Bruno, até cinco missões adicionais do Kuiper podem ocorrer ainda este ano.
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