"A roda da história não pode ser revertida", diz Wang Yi, chanceler chinês
Chanceler chinês acusa Washington de unilateralismo e defende papel central da ONU no sistema internacional
247 – Durante encontro com o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, nesta sexta-feira (11), em Pequim, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, fez duras críticas à atuação dos Estados Unidos no cenário global. A declaração foi publicada originalmente pelo Global Times.
Wang Yi, que também integra o Bureau Político do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC) e dirige o Escritório da Comissão de Assuntos Exteriores do Comitê Central, responsabilizou diretamente "uma certa grande potência" pela turbulência atual nas relações internacionais. Segundo ele, essa potência — uma referência clara aos Estados Unidos — estaria presa à "crença na supremacia da força", priorizando seus próprios interesses e promovendo o que chamou de "bullying unilateral".
“A comunidade internacional não pode ficar de braços cruzados, e os Estados Unidos não podem agir de forma arbitrária. A roda da história não pode ser revertida”, afirmou Wang Yi.
O chanceler criticou ainda a imposição de tarifas comerciais por parte de Washington em várias regiões do mundo, acusando o governo norte-americano, hoje comandado pelo presidente Donald Trump em seu segundo mandato, de desprezar abertamente o sistema multilateral de comércio e as regras internacionais estabelecidas. “Os EUA estão escancaradamente colocando seus próprios interesses acima dos da comunidade internacional”, disse.
Wang Yi ressaltou que a resistência chinesa à política de força visa não apenas proteger os direitos e interesses legítimos da China, mas também salvaguardar os interesses compartilhados da humanidade. “Trata-se de impedir que o mundo volte à lei da selva”, alertou.
O ministro aproveitou a ocasião para destacar a importância do 80º aniversário da fundação da Organização das Nações Unidas (ONU), que será celebrado este ano. Ele afirmou que a China, como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, pretende aproveitar essa data simbólica para reforçar seu compromisso com a ordem internacional baseada no direito internacional e com o sistema multilateral liderado pelas Nações Unidas.
“Estamos dispostos a trabalhar com todos os países para combater quaisquer tentativas de reverter o curso da história e sabotar as normas globais”, concluiu Wang Yi, reafirmando a disposição da China de atuar como um país responsável no cenário internacional.
A reunião com Rafael Grossi ocorre num momento em que Pequim busca fortalecer sua posição diplomática diante das crescentes tensões comerciais e estratégicas com os Estados Unidos, reforçando seu discurso em defesa da multipolaridade e da estabilidade institucional global.
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