Lula renova patrocínio ao Comitê Paralímpico e anuncia universidade do esporte
Em cerimônia nesta quarta-feira (22), presidente oficializou a renovação do patrocínio da Caixa e Governo Federal ao Comitê Paralímpico Brasileiro (B)
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou nesta quarta-feira (22), em São Paulo, a renovação do patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal ao Comitê Paralímpico Brasileiro (B), garantindo recursos para o ciclo até os Jogos Paralímpicos de Los Angeles 2028. A cerimônia, que celebrou também os nove anos do centro de treinamento do B, contou com a presença de atletas, ministros e autoridades.
Com valor total de R$ 160 milhões — R$ 40 milhões anuais — o novo contrato é parte do esforço contínuo para consolidar o Brasil como uma potência no paradesporto. Além disso, as Loterias Caixa rearão R$ 250 milhões diretamente à entidade, conforme determina a legislação. Juntos, Caixa e Loterias mantêm há mais de duas décadas o maior e mais longevo patrocínio do paradesporto mundial.
Durante o evento, Lula foi enfático ao destacar a importância do investimento no esporte como ferramenta de inclusão e orgulho nacional. “Um país que não cuida dos seus atletas e do esporte é um país que nunca vai ser competitivo e nunca vai ser motivo de orgulho para o povo que mora naquele país”, afirmou o presidente. Ele também relembrou a criação do Bolsa Atleta em seus governos anteriores. “Criamos o Bolsa Atleta para dar às pessoas que não têm oportunidade, que nunca foram olhadas com o menor respeito, a oportunidade de virar um atleta profissional e ser motivo de orgulho como vocês viraram por esse país afora e pelo mundo afora.”
Lula anunciou ainda que o Governo Federal pretende criar uma universidade do esporte, para atender diferentes modalidades. “O projeto original é criar uma faculdade de futebol, mas eu acho que só a faculdade de futebol é pouco diante da lição que vocês estão dando ao Brasil”, declarou aos atletas paralímpicos.
A parceria renovada amplia o número de modalidades atendidas — de 13 para 18 — e a a contemplar esportes como triatlo, rúgbi em cadeira de rodas e taekwondo. Mais de 120 atletas com deficiência receberão patrocínio individual. Segundo o presidente da Caixa, Carlos Vieira, desde o início da parceria foram investidos R$ 500 milhões, e mais da metade das 399 medalhas conquistadas pelo Brasil no paradesporto têm relação direta com esse apoio. “A Caixa acredita no poder do esporte para transformar a vida das pessoas”, afirmou.
O centro de treinamento do B, considerado o quarto maior do mundo, foi inaugurado em 2016 durante o governo da presidenta Dilma Rousseff, por meio de uma parceria com o então governador paulista e atual vice-presidente Geraldo Alckmin. Ao lado de Lula na cerimônia, Alckmin destacou os avanços: “Em 2016, no Rio, o Brasil, que hoje é uma potência paralímpica, teve o quinto lugar. Em 2021, em Tóquio, o sétimo lugar. E, agora, em 2024, em Paris, o quinto lugar. Com mais uma medalha teria avançado ainda mais.”
O ministro do Esporte, André Fufuca, anunciou reajuste nos valores do Bolsa Atleta e do Bolsa Pódio para 2026, reforçando o compromisso do governo com o alto rendimento. Ele projetou um futuro ainda mais promissor: “Não tenho dúvida de que daqui a 20 anos nós estaremos aqui novamente nesse lugar, não como a quinta potência do esporte paralímpico, mas, sim, como a primeira potência do esporte paralímpico mundial.”
Emocionado, o nadador paralímpico Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, falou sobre a importância do e financeiro para os atletas. “A gente sabe que é indispensável esse apoio para a gente ter tranquilidade para trabalhar e mostrar para o Brasil e para o mundo inteiro a força que nós, pessoas com deficiência, e, também, atletas de alto rendimento, temos para provar a todos que somos capazes de conquistar lugares que muitas pessoas não imaginam.”
Segundo dados do Ministério do Esporte, dos 280 atletas brasileiros convocados para os Jogos Paralímpicos de Paris em 2024, 275 (ou 98,2%) eram bolsistas do Programa Bolsa Atleta. O programa, criado há 20 anos, teve os valores reajustados em 2025, após 14 anos sem correções, com aumento de 10,86%. O investimento no esporte de alto rendimento superou R$ 600 milhões por ano em 2023 e 2024, distribuído por meio das Loterias, Bolsa Atleta e Lei de Incentivo ao Esporte.
A presidente do B, José Antônio Freire, celebrou o novo patrocínio como o maior da história da entidade. “É muito mais trabalho para que a gente possa fazer as entregas que nos levaram ao top 5 na Paralimpíada de Paris. A responsabilidade é grande.”
Com resultados cada vez mais expressivos — 89 medalhas em Paris, sendo 25 de ouro — o Brasil consolida sua posição entre os maiores do paradesporto global. E, com os novos investimentos, pretende ir ainda mais longe.
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