window.dataLayer = window.dataLayer || []; window.dataLayer.push({ 'event': 'author_view', 'author': 'Dafne Ashton', 'page_url': '/entrevistas/ualid-rabah-estamos-diante-da-primeira-solucao-final-televisionada' });
TV 247 logo
      HOME > Entrevistas

      Ualid Rabah : “Estamos diante da primeira solução final televisionada”

      Brasil é chamado a liderar conferência da ONU sobre Palestina, e Ualid Rabah defende papel histórico do país no enfrentamento ao genocídio em Gaza

      (Foto: Reuters | Divulgação )
      Dafne Ashton avatar
      Conteúdo postado por:

      247 - Durante entrevista ao programa Boa Noite 247, o presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL), Ualid Rabah, destacou a gravidade da situação humanitária em Gaza e apontou o papel que o Brasil poderá exercer ao liderar um grupo de trabalho das Nações Unidas voltado à criação do Estado da Palestina. A convocação partiu de Arábia Saudita e França e prevê a realização de uma conferência internacional no mês de julho.

      Ualid iniciou a entrevista comentando o alerta recente da Organização das Nações Unidas sobre o risco iminente de morte de até 14 mil bebês palestinos por inanição nas próximas 48 horas. “Esse é o informe da ONU de que, se nenhuma medida emergencial for tomada, até 14 mil bebês palestinos morrerão”, disse. Ele comparou o número ao contexto brasileiro: “Isso daria mais ou menos 1.400.000 bebês no Brasil”. Segundo ele, a causa está no bloqueio total à ajuda humanitária imposto por Israel, que impede a entrada de comida, água e medicamentos.

      Ao criticar a narrativa oficial israelense de que o objetivo da ofensiva militar seria resgatar reféns e eliminar o Hamas, Rabah foi enfático: “O objetivo é esse extermínio em escala”. Para sustentar essa tese, ele citou declarações públicas de autoridades e figuras influentes em Israel que, segundo ele, pregam abertamente a eliminação da infância palestina. “Estamos diante da primeira solução final televisionada”, afirmou.

      O presidente da FEPAL também destacou dados estatísticos para contextualizar a magnitude da violência contra crianças. Segundo ele, a taxa de crianças palestinas mortas por milhão de habitantes em Gaza supera em mais de três vezes a registrada durante toda a Segunda Guerra Mundial. “Durante a Segunda Guerra, foram 2.813 por milhão de habitantes. Em Gaza, são 9.970”, apontou. Comparando com a guerra entre Rússia e Ucrânia, destacou que a taxa de extermínio de crianças em Gaza é “4.000 vezes maior por milhão de habitantes”.

      Ao ser questionado sobre o convite ao Brasil para liderar o grupo da ONU que trabalha por uma solução de dois Estados, Ualid ressaltou o simbolismo e a responsabilidade histórica do país. Ele relembrou que foi o Brasil, representado pelo diplomata Oswaldo Aranha, quem presidiu a sessão da Assembleia Geral da ONU em 1947 que aprovou a resolução 181 — recomendando a partilha da Palestina. “O Brasil naquele momento resolveu se alinhar com os Estados Unidos no governo Dutra e, lamentavelmente, optou por aderir a essa ideia e ao presidir a Assembleia das Nações Unidas promoveu todos os arranjos fraudulentos para obter a maioria qualificada”, afirmou.

      Segundo Rabah, liderar esse novo processo representa também uma oportunidade de reparação histórica. “O Brasil não está implicado neste genocídio. Tem autoridade moral, política e diplomática para isso, porque integra o BRICS, é um país que lidera este continente e reconhece tanto a Palestina quanto Israel”, disse.

      Ele ainda reforçou que Israel nunca implementou os compromissos assumidos junto à ONU no momento de seu reconhecimento, especialmente as resoluções que garantiam a partilha do território e o retorno dos refugiados palestinos. “Pelo contrário, conquistou pela força mais território e prossegue o processo de genocídio ao vivo”, declarou.

      Rabah finalizou destacando que apenas países não envolvidos diretamente no conflito têm legitimidade para liderar um processo de paz e responsabilizou os Estados Unidos pelo apoio integral a Israel. “A principal responsabilidade é dos Estados Unidos. O armamento é deles, o veto é deles, o apoio político e diplomático para Israel é deles, o apoio tecnológico é deles”, afirmou, estendendo a crítica a aliados regionais que, segundo ele, disponibilizam bases militares e espaço aéreo usados na ofensiva contra Gaza. Assista: 

       

      ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].

      ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

      Rumo ao tri: Brasil 247 concorre ao Prêmio iBest 2025 e jornalistas da equipe também disputam categorias

      Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

      Cortes 247

      Relacionados