Itamaraty condena novos ataques israelenses em Gaza e denuncia uso da fome como "método de guerra"

247 - O Ministério das Relações Exteriores do Brasil manifestou forte condenação à nova ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza, em nota divulgada nesta terça-feira (21). O posicionamento, que ocorre em meio à intensificação dos bombardeios aéreos e operações terrestres por parte das forças israelenses, destaca a morte de mais de 300 palestinos nos últimos dias, incluindo mulheres e crianças, além do deslocamento forçado de cerca de 60 mil pessoas.

Ao criticar a declaração do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de que Israel “assumirá o controle” de toda a Faixa de Gaza, o Brasil rejeitou a possibilidade de uma ocupação permanente do território. “Ao deplorar a declaração do primeiro-ministro de Israel de que o país ‘assumirá o controle’ de toda a Faixa de Gaza, o Brasil recorda que qualquer pretensão de exercer autoridade permanente em território ocupado é incompatível com as normas de direito internacional”, diz a nota.

Na sequência, o governo brasileiro reiterou sua posição histórica favorável à criação de dois Estados como única solução viável para o conflito entre israelenses e palestinos. “O Brasil reafirma, ainda, que a única solução legítima e duradoura para o conflito reside na implementação definitiva da solução de dois Estados”.

A nota também expressa preocupação com o agravamento da crise humanitária na Faixa de Gaza, que está sob bloqueio completo há mais de dois meses. “Submetida há mais de dois meses a bloqueio completo, a Faixa enfrenta, ademais, risco iminente de fome generalizada. “O Brasil expressa grave preocupação com a anunciada intenção israelense de permitir ingresso mínimo de alimentos e remédios em Gaza, recordando que o uso da fome como método constitui crime de guerra”, critica.

Ao final do comunicado, o governo brasileiro faz um apelo direto ao governo israelense para garantir o o à ajuda humanitária e reforça seu posicionamento por um cessar-fogo duradouro. “O Brasil conclama o governo de Israel a permitir o imediato e desimpedido de ajuda humanitária ao território, em consonância com suas obrigações de Direito Internacional Humanitário, assim como reitera apelo em favor da cessação permanente das hostilidades, retirada completa das forças israelenses de Gaza e da libertação dos reféns remanescentes”, completa o documento.