“Quando conseguirmos uma solução pela esquerda, nós salvamos o governo”, diz Valter Pomar
Valter Pomar afirma que a condução do PT à esquerda em momentos de crise resultou em fortalecimento do governo e melhora das condições do país
247 - Durante participação no programa Contramola, na TV 247, o historiador e dirigente do PT Valter Pomar afirmou que a definição da nova direção nacional do partido será decisiva não apenas para os destinos da legenda, mas também para a sustentação do governo federal. Em sua análise, a condução do partido por uma linha de esquerda, especialmente em momentos de crise, teve impacto direto na recuperação do protagonismo político do PT e na melhora da gestão pública.
Pomar destacou duas eleições internas como exemplos simbólicos dessa dinâmica. No PED (Processo de Eleições Diretas) de 2005, realizado no contexto da crise do mensalão, o partido elegeu uma direção com orientação mais à esquerda. “O partido empurrou o governo para a esquerda, o governo melhorou, ganhou uma eleição em melhores condições. O segundo mandato do Lula foi melhor que o primeiro”, avaliou. Já em 2013, segundo ele, o resultado foi inverso: prevaleceu o “continuísmo” e a consequência foi “uma eleição difícil em 2014, um ajuste ortodoxo em 2015, um golpe em 2016”.
Com base nessa experiência, Pomar defendeu que o PED de 2025 deve significar uma inflexão política. “Quando a gente conseguiu, numa situação de crise, uma solução pela esquerda, uma direção pela esquerda, nós salvamos o governo, conquistamos um novo mandato e melhoramos a situação do país”, afirmou. Para ele, manter a condução atual, associada a acordos com setores conservadores, é um erro estratégico.
O dirigente critica a composição política que vem sendo adotada pela cúpula do partido, que, segundo ele, tende a fazer concessões programáticas ao neoliberalismo. Pomar argumenta que há dois grandes blocos em disputa: um representado por figuras que defendem alianças com a direita tradicional, e outro, como o deputado federal Washington Quaquá, associado a aproximações com o bolsonarismo. “Nós não podemos fazer aliança com o neofascismo e tampouco devemos nos submeter às definições programáticas do neoliberalismo”, disse.
Ele também apontou que o atual cenário interno do PT é marcado por uma baixa mobilização da militância e pouca clareza sobre os rumos programáticos. “O debate no partido ainda está muito frio. A maior parte das pessoas está alheia ao processo, está se dando conta agora de que há candidaturas, há chapas, vai haver um processo eleitoral”, observou.
Na avaliação de Pomar, é essencial que a militância se envolva no debate e que o partido retome sua capacidade de organizar uma agenda política própria, com foco na transformação social. “É preciso derrotar dentro do PT as duas alas do grupo que hoje têm maioria relativa no diretório nacional. Se vencermos, poderemos recolocar o partido num rumo mais consequente com sua história e seu papel transformador”, concluiu. Assista:
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