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      “O mundo está em convulsão e o Brasil joga na retranca”, diz Valter Pomar

      Para dirigente do PT, país reage à crise global com cortes e retração, enquanto potências ampliam investimentos e disputam protagonismo mundial

      (Foto: ABR | Brasil247)
      Dafne Ashton avatar
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      247 - Em entrevista ao programa Contramola, da TV 247, o historiador e dirigente nacional do PT Valter Pomar criticou duramente a estratégia econômica do governo Lula diante do atual cenário geopolítico. Segundo ele, o mundo atravessa um processo de “convulsão” acelerada, com os principais polos globais disputando poder por meio de investimentos e expansão industrial — contexto no qual o Brasil, afirma, adota a postura inversa ao priorizar cortes fiscais e metas de austeridade.

      “O mundo tá em convulsão. Eu recomendo a todo mundo que leia o discurso da Christine Lagarde, presidenta do Banco Central Europeu. Esse discurso mostra que a classe dominante alemã e sa, e por tabela a europeia, tá enxergando que o mundo tá em convulsão e que o objetivo deles é que a Europa dispute com os Estados Unidos e, obviamente, dispute com a China o futuro dos investimentos, o poder no mundo”, destacou Pomar.

      Na avaliação do petista, há um descomo preocupante entre o ritmo das transformações globais e a resposta dada pelo Brasil. Enquanto outros países se movimentam para proteger e fortalecer suas economias com medidas robustas de política industrial e protagonismo estratégico, o Brasil estaria optando por um “pensamento pequeno”.

      “Nós estamos cortando quando devíamos investir. Temos uma taxa de juros absurda quando devíamos ter uma taxa baixa. Deixamos os capitalistas fazerem o que quiserem ao invés de colocá-los sob comando do Estado. Estamos na contramão da China, dos Estados Unidos, da União Europeia no que diz respeito à iniciativa política e ao tamanho do que tá acontecendo”, afirmou.

      Pomar criticou especialmente a defesa da meta de déficit fiscal zero, proposta incorporada pelo próprio governo, e reiterou que não há paralelo no mundo para essa política no atual cenário. “Isso é uma jabuticaba. Não tem lugar nenhum do mundo que esteja perseguindo o déficit zero. Pelo contrário, nos Estados Unidos, na China, na Europa, o movimento é crescer, mesmo que seja necessário endividamento.”

      A entrevista também abordou os efeitos das decisões fiscais internas na capacidade do país de enfrentar desafios estratégicos. Para o dirigente, manter o Brasil vinculado ao papel de mero exportador de matérias-primas e submisso às exigências do capital financeiro é um erro histórico que condena o país à periferia do sistema internacional. “Nós vamos fazer um governo bem arrumadinho e depois entregar a casa bem arrumadinha pro inimigo. É disso que se trata. É isso que a gente quer?”

      Citando novamente o discurso de Lagarde, Pomar alertou para o fato de que a União Europeia assumiu publicamente a intenção de romper com a hegemonia do dólar, investir em industrialização em larga escala e construir um poder militar autônomo. Para ele, isso reforça a urgência de uma estratégia brasileira ativa, soberana e comprometida com o desenvolvimento interno.

      “O discurso da Christine Lagarde é apenas mais um sinal do tamanho do conflito titânico que tá ocorrendo no mundo. E nesse contexto, sinceramente, ficar discutindo corte no nosso orçamento... a gente devia estar discutindo orçamento de guerra para fazer o país crescer rápido, recuperar a capacidade industrial, energética, alimentar.”

      Valter Pomar concluiu afirmando que o Brasil precisa urgentemente de uma “mudança de rota”, baseada em investimento público massivo e em medidas de afirmação da soberania nacional. Segundo ele, se essa mudança não ocorrer, o país corre o risco de ser tragado pela escalada da crise global sem condições de proteger suas conquistas democráticas. Assista: 

       

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