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      “O maior desastre da política externa brasileira foi a Lava Jato”, diz historiador

      Para Chico Teixeira, operação destruiu a projeção do Brasil no mundo e atendeu a interesses estratégicos dos EUA contra a China

      (Foto: Reprodução )
      Dafne Ashton avatar
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      247 - A operação Lava Jato não apenas abalou os pilares políticos e econômicos do Brasil, como também comprometeu profundamente a posição estratégica do país no cenário internacional. Essa é a análise do historiador e professor Chico Teixeira, que participou do programa Boa Noite 247 e concentrou suas reflexões nos impactos geopolíticos da operação judicial, que, segundo ele, se alinhou aos interesses dos Estados Unidos e comprometeu a soberania nacional.

      “A Lava Jato foi o maior desastre da política externa brasileira”, afirmou. Teixeira sustentou que o desmonte da engenharia pesada brasileira, liderado por empresas como a Odebrecht, não foi um efeito colateral, mas um objetivo deliberado. “Não é à toa que a Lava Jato foi gestada no Departamento de Justiça dos Estados Unidos. É um jogo geopolítico de cachorro grande”, disse.

      O professor relembrou sua experiência em um projeto multimídia que acompanhou a construção da estrada bioceânica, conectando o Brasil aos portos do Pacífico no Peru. A obra, conduzida pela Odebrecht, era estratégica para estabelecer ligações diretas com as principais economias asiáticas, como China, Japão, Vietnã e Taiwan. Segundo Teixeira, a paralisação do projeto após a Lava Jato se alinha com o interesse de Washington em barrar a aproximação entre a economia brasileira e a chinesa.

      “O projeto visava conectar o Brasil ao Pacífico em frente às maiores economias do mundo. Tudo isso foi destruído”, lamentou. Ele mencionou ainda que, em sua visita ao Peru durante a execução da obra, constatou que a presença da Odebrecht era a única garantia de o a serviços públicos básicos em diversas comunidades andinas. “Os prefeitos não iam ao governador, iam ao gerente do canteiro de obras da Odebrecht.”

      Teixeira destacou que o ataque à engenharia brasileira não se restringiu ao território nacional, mas teve desdobramentos na África, onde empresas e instituições brasileiras vinham ampliando sua presença. “Estávamos lá com a Fiocruz, com a Petrobras, com a Vale do Rio Doce. Tudo isso foi retirado e ocupado pela China”, apontou.

      O historiador também responsabilizou diretamente outros países pela viabilização do processo. “Dois países foram fundamentais: Estados Unidos e Suíça. A Lava Jato não existiria sem eles”, afirmou. A crítica estende-se ao modo como jornalistas e veículos de mídia trataram o caso, acusando-os de cumplicidade. “As televisões não podem largar o osso da Lava Jato. Se a gente consegue tornar claro que foi um embuste, esses jornalistas e essas emissoras terão que ser responsabilizados”, disse.

      A conexão entre o ataque à soberania brasileira e o conflito geopolítico global foi um dos pontos centrais da entrevista. Teixeira argumentou que o objetivo maior da Lava Jato foi impedir o Brasil de atuar como um ator relevante em articulações como os BRICS e em frentes comerciais com a Ásia. “Os Estados Unidos querem conter a China e qualquer país que se alie a ela vira alvo”, explicou.

      Em sua avaliação, o Brasil precisa repensar urgentemente sua inserção internacional e reconstruir sua capacidade de atuação soberana. “As pessoas não fazem a associação entre a atuação ilegal dos procuradores e o colapso da presença internacional brasileira. Mas o preço foi altíssimo, e seguimos pagando por ele.” Assista: 

       

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