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      “Lula fez o que é correto: negociar com os russos e ampliar laços com a China”, diz Valter Pomar

      Para Valter Pomar, presidente reafirma soberania brasileira ao recusar tutela ocidental e investir na paz e na integração com o Sul Global

      (Foto: Ricardo Stuckert / PR | Brasil247)
      Dafne Ashton avatar
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      247 – Durante participação no programa Contramola, da TV 247, o historiador e dirigente petista Valter Pomar fez uma ampla análise da viagem internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Rússia e à China. Para ele, a presença do presidente brasileiro em Moscou foi estratégica e acertada em todos os sentidos: diplomático, histórico e geopolítico. “Lula fez o que é correto: negociar com os russos e ampliar laços com a China”, afirmou.

      Ao participar da parada que marcou os 80 anos da vitória sobre o nazifascismo, Lula prestou homenagem a um dos capítulos mais trágicos e heroicos da história moderna. “Alguns imbecis chegaram a criticar o presidente por assistir a uma parada militar. Mas como se comemora a vitória sobre o nazismo senão com uma solenidade à altura do que foi a guerra?”, questionou Pomar, lembrando que a União Soviética perdeu mais de 27 milhões de pessoas no conflito. Ele destacou a importância simbólica do evento e sua repercussão na reafirmação do papel histórico da Rússia na derrota do nazismo.

      A visita também incluiu uma reunião bilateral com o presidente Vladimir Putin, na qual Lula reiterou sua posição crítica à invasão da Ucrânia, mas defendeu uma saída negociada para o conflito. Para Valter Pomar, o Brasil adota uma postura coerente ao recusar tanto o alinhamento automático com a OTAN quanto o envio de armas para o front. “Desde o início da guerra, Lula diz que não é possível haver paz sem conversar com os russos. Ele nunca atribuiu a culpa exclusivamente à Rússia. Isso é importante”, afirmou. Ele destacou ainda que as promessas ocidentais de não expandir a OTAN até as fronteiras russas foram rompidas, o que contribuiu para o agravamento da crise.

      No mesmo programa, o dirigente petista classificou como fantasiosa e ultraada a narrativa promovida por setores da imprensa ocidental, que dividem o mundo entre democracias e autocracias. “Essa ideia foi montada no governo Biden, mas agora eles não conseguem mais sustentar, especialmente com o Trump de volta. A extrema-direita avança na Europa e nos Estados Unidos. Quem é democrata e quem é autoritário nesse cenário?”, ironizou. Para ele, a política externa brasileira deve se orientar pelos interesses nacionais e pela construção da multipolaridade, não pela submissão ao discurso hegemônico de Washington e Bruxelas.

      A ida de Lula à China, segundo Pomar, é parte do mesmo esforço de reposicionamento do Brasil no cenário global. Além da de novos acordos, incluindo um investimento de 1 bilhão de dólares para a produção de combustíveis sustentáveis no Brasil, a viagem consolidou a aliança econômica entre os dois países. Lula resumiu o espírito da parceria ao afirmar que “Brasil e China são parceiros incontornáveis” e que a potência do relacionamento bilateral é “inesgotável”.

      Para Valter Pomar, o principal desafio do Brasil neste contexto é aproveitar a janela de oportunidade para fortalecer sua soberania produtiva, energética, tecnológica e alimentar. “Ou o país amplia sua soberania, ou será esmagado na disputa entre potências. E os Estados Unidos já estão pressionando. Eles interferem onde podem, inclusive nas eleições de 2026”, alertou. Ele também criticou a dependência brasileira da exportação de commodities e defendeu uma política industrial robusta, com estímulo à ciência e à tecnologia no território nacional.

      Pomar reforçou que o Brasil deve rejeitar a condição de “quintal” de qualquer potência. “Eles não venceram a disputa contra a China, então vão mirar nos países da periferia que exploram. E o mais rico desses países é o Brasil. Por isso, qualquer concessão é inútil. Com ou sem acordo com os chineses, os EUA vão pressionar”, afirmou.

      Na conclusão de sua análise, o dirigente do PT lembrou que a posição internacional do Brasil deve ser guiada pela defesa da paz, pela integração regional e por uma atuação soberana e altiva no cenário global. “O correto é termos uma política 100% comprometida com os interesses nacionais. E Lula está fazendo isso ao negociar com os russos, ao se aproximar da China e ao reforçar os laços com o Sul Global.” Assista: 

       

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