Enviado de Trump critica viagem de Lula à China e diz que 'grande investidor brasileiro está em Nova York'
Maurício Claver-Carone, enviado do presidente dos EUA para a América Latina, atacou acordos com a China e fez acenos aos empresários brasileiros
247 - O enviado especial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a América Latina, Maurício Claver-Carone, fez duras críticas à estratégia comercial adotada pelo governo Lula, especialmente no que se refere ao fortalecimento de laços com a China. As declarações, segundo o Metrópoles, foram feitas nesta quarta-feira (14), durante um fórum promovido pelo jornal Valor Econômico, que reuniu investidores e autoridades em um dos principais centros financeiros do mundo.
Claver-Carone ironizou a ausência do presidente brasileiro nos Estados Unidos e a escolha de estar em visita oficial a Pequim, enquanto empresários brasileiros, segundo ele, se encontravam em Nova York para firmar novas parcerias econômicas. “Vi, nos últimos dois dias aqui em Nova York, literalmente, todo grande negócio, grande investidor, empreendedor do Brasil. E acho que isso é maravilhoso. Por que? Porque vocês que vão impulsionar a economia brasileira. (…) Infelizmente, coloco isso em contraste com o presidente do Brasil, que está na China e não no maior mercado de capital do Brasil, fomentando mais investimento dos EUA, seu maior investidor, de longe”, disse.
O representante de Trump também criticou os acordos firmados entre Brasil e China durante a agem de Lula por território chinês. De maneira irônica, comparou os acordos a “bolos mais caros” e afirmou que esse tipo de parceria “engorda mais”. Ainda em tom de reprovação, ele também elencou o que considera serem os três principais obstáculos à ampliação do investimento norte-americano no Brasil: câmbio, crime e corrupção. Claver-Carone mencionou diretamente o Primeiro Comando da Capital (PCC), que classificou como “ameaça regional”, e fez alusão ao crime de lavagem de dinheiro, referindo-se ao fenômeno como “colorindo branco”.
Apesar das críticas, Claver-Carone buscou fazer um gesto de abertura aos setores empresariais brasileiros. Ressaltou que os investidores do Brasil são “bem-vindos na Casa Branca” e fez questão de sublinhar que as tarifas impostas contra o país não têm natureza ideológica.
Na segunda-feira (12), o representante participou de um jantar promovido pelo grupo Esfera, também em Nova York, onde dividiu o palco com Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda e principal auxiliar do ministro Fernando Haddad. Segundo Claver-Carone, o encontro com membros do atual governo brasileiro demonstra disposição ao diálogo, embora divergências sobre a política externa fiquem evidentes.
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