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      “Finep investe mais em dois anos de Lula, do que Temer e Bolsonaro em seis”, diz Celso Pansera

      Presidente da Finep afirma que ciência foi desestruturada por Temer e Bolsonaro e destaca esforço para reconstruir infraestrutura científica nacional

      (Foto: Brasil247)
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      247 - Em entrevista concedida à jornalista Hildegard Angel, o presidente da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), Celso Pansera, revelou que a instituição investiu, nos dois primeiros anos do governo Lula, mais recursos do que nos seis anos anteriores, durante as gestões de Michel Temer e Jair Bolsonaro. “Aplicamos em dois anos mais do que os seis anos anteriores”, afirmou Pansera, destacando a retomada do protagonismo da ciência e inovação no Brasil após um período de severo desmonte institucional.

      O colapso da ciência e o desmonte do Estado

      Segundo o ex-ministro da Ciência e Tecnologia, a Finep chegou ao início de 2023 esvaziada e sem estratégia, reflexo direto das istrações anteriores. “A Finep estava às mínguas, não pelos seus funcionários, mas por falta de estratégia de governo e recursos para atuar”, relatou Pansera. Ele afirmou que o desmonte do setor científico foi parte de um ataque deliberado à ciência e à cultura. “Como é que você produz fake news se você tem ciência checando a verdade? Para criar esse ambiente anticiência, anti vacina, anti verdade, era preciso destruir a ciência e a cultura”, analisou.

      Pansera também responsabilizou Michel Temer por alterações estruturais no Estado brasileiro, como a reforma do ensino médio, a mudança na lei trabalhista e a imposição do teto de gastos. “O Temer foi mais cerebral, mais profundo. Ele mexeu na estrutura do Estado de forma consciente”, avaliou. Em contraste, para ele, Bolsonaro promoveu o caos institucional pela ausência de liderança e por ceder completamente ao Congresso. “Bolsonaro desorganizou por incapacidade política”, afirmou.

      Reconstrução científica e inovação industrial

      Comandando a Finep desde o início do terceiro mandato de Lula, Pansera descreveu um processo de reconstrução que incluiu reorganização interna, sinalização clara de investimentos à comunidade científica e fortalecimento das indústrias inovadoras. O programa “Nova Indústria Brasil”, citado na entrevista, foi destacado como eixo estratégico dessa retomada. “Essas empresas estavam com projetos paralisados. Com nossa entrada e apoio do BNDES, voltaram a investir”, explicou.

      Desigualdade regional e o papel das universidades

      Morador de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Pansera criticou a ausência de investimentos estruturais na região e propôs a criação de uma universidade pública voltada para a realidade local. “Precisamos de uma Universidade da Baixada Fluminense. Assim como existe no ABC paulista, é hora da Baixada ter uma instituição que pense e atue no território”, defendeu.

      Pansera também sugeriu medidas como polos de inovação, melhorias no transporte e na distribuição de água e ações culturais que promovam o sentimento de pertencimento regional. “É preciso refinar os serviços e a infraestrutura para reter a classe média e fortalecer os laços locais”, afirmou.

      As disputas de poder e o futuro político

      Questionado sobre a política nacional, Pansera foi incisivo ao afirmar que o Executivo se tornou o poder mais fragilizado diante da força orçamentária do Congresso e da influência do Judiciário. “Hoje o Executivo é o mais fraco. O Judiciário tem peso enorme e o Legislativo controla grande parte do orçamento”, avaliou.

      Ainda sobre o cenário político, Pansera mencionou nomes como Flávio Dino, Rafael Fonteles, Camila Jara, Natália Bonavides e Quaquá como quadros com potencial na esquerda, lamentando a escassez de lideranças com projeção nacional como nos anos 1980 e 1990. E ao ser lembrado de sua trajetória política – iniciada na militância estudantil, ando por partidos como PSTU, PSB e MDB até retornar ao PT – reafirmou: “Nunca me distanciei da minha formação e dos meus objetivos ideológicos”.

      As disputas religiosas e a hegemonia evangélica

      Pansera também analisou o crescimento das igrejas evangélicas e sua influência política, reconhecendo que o campo progressista demorou a perceber o avanço das lideranças religiosas conservadoras. Para ele, a ausência de regulação financeira e a capilaridade das igrejas tornaram o fenômeno difícil de enfrentar. “Hoje eles são uma força social inegável, com atuação política organizada e nacional”, destacou. Ele defendeu a liberdade religiosa, mas alertou contra o uso da fé para propagar preconceitos ou manipular politicamente os fiéis.

      Defesa de Lula e crítica à extrema direita

      Ao longo da entrevista, Pansera demonstrou confiança na liderança de Lula no cenário internacional. “Ele adquiriu uma marca mundial. Consegue transitar bem entre China, Rússia e países dos Brics”, disse. E, ao comparar Jair Bolsonaro com Donald Trump, hoje presidente dos Estados Unidos em seu segundo mandato, afirmou: “Bolsonaro rezou na primeira cartilha de Trump e sonha em voltar para seguir o Novo Testamento da extrema direita”.

      Por fim, ao ser questionado sobre o papel da ciência na formulação de políticas públicas, Pansera deixou uma crítica construtiva ao governo: “Está faltando ciência no governo. Este é o momento da ciência para a humanidade. Precisamos olhar para isso com mais peso”. Assista: 

       

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