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      “A Palestina será feita sem palestinos”, denuncia Ualid Rabah

      Presidente da FEPAL afirma que plano sionista busca apagar palestinos e consolidar domínio judaico por meio de limpeza étnica

      (Foto: REUTERS/Mahmoud Issa | Acervo pessoal)
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      247 - Em entrevista ao programa Boa Noite 247, o presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL), Ualid Rabah, fez duras denúncias ao caracterizar o processo histórico de ocupação da Palestina como “a maior limpeza étnica da história”, apontando paralelos entre o período da Nakba (1947-1951) e os ataques mais recentes conduzidos por Israel na Faixa de Gaza.

      Rabah explicou que, ainda sob os escombros da Segunda Guerra Mundial, teve início uma nova etapa de violência sistemática na Palestina. “Na Palestina há uma terceira guerra mundial em que todas as potências vencedoras e derrotadas da Segunda Guerra Mundial participam do apoio direto ou indireto […] à maior limpeza étnica da história”, afirmou. Segundo ele, entre 1947 e 1951, 774 localidades palestinas foram invadidas, das quais 531 foram completamente destruídas. “Houve 70 massacres com 15 mil mortos somados aos mais ou menos 750 mil expulsos da Palestina. 78% do território da Palestina foi tomado naquele momento para se tornar Israel”, disse.

      Comparando os dados da Nakba com a atual ofensiva em Gaza, Rabah enfatizou a escalada da violência. “Neste momento em Gaza, entre mortos e removidos deslocados, é 93%. Em 1 ano e 6 meses, não em quatro. […] Agora são 65 mil mortos, 1430% a mais”, destacou. Ele também chamou atenção para a destruição generalizada da infraestrutura civil e o desaparecimento de famílias inteiras. “Agora são mais de 2 mil massacres com mais de 2.500 famílias que desapareceram integralmente. 2.500 DNAs palestinos desapareceram integralmente da face da Terra nesse genocídio.”

      Rabah contextualizou a raiz do projeto sionista no fim do século XIX e sua consolidação a partir do congresso sionista de 1897, realizado em Basileia, na Suíça. Segundo ele, o movimento, liderado por Theodor Herzl, foi estruturado com o propósito de fundar um “Estado judeu” em território previamente definido. “A obra ‘O Estado Judeu’ preconiza uma espécie de Mein Kampf sionista, um Estado nacional exclusivamente judeu”, afirmou. A escolha da Palestina como destino do projeto foi acompanhada de uma narrativa ideológica que ignorava a presença de uma população nativa. “Diziam que a Palestina era uma terra sem povo, quando na verdade, pelo primeiro censo britânico em 1922, detectou-se que a Palestina tinha 28,7 habitantes por km².”

      Para o presidente da FEPAL, o que ocorre atualmente em Gaza é parte de uma continuidade histórica. “Todos os atos sionistas e depois tornados israelenses a partir de 1947 e 1948, a partir da Nakba, são para tornar a Palestina sem palestinos.” E conclui: “Busca-se hoje uma solução final”.

      Ualid Rabah ainda alertou sobre a motivação estratégica por trás da intensificação da violência em Gaza: “Há uma necessidade do máximo de limpeza étnica em Gaza para redesenhar a demografia da Palestina, reordená-la para ter maioria demográfica judaica contra a não judaica originária.”

      Segundo ele, a compreensão do sionismo como uma ideologia de supremacia é indispensável para entender a atual crise humanitária. “Nunca vai se entender os atos de Netanyahu e de todos os que vieram antes dele […] se não se entender que é necessário, na ótica do sionismo, judaizar integralmente a Palestina, geográfica e demograficamente, e não haver nela nenhum palestino.”

      A entrevista foi concedida às vésperas da data de lembrança da Nakba, e serviu como um marco para, segundo Rabah, expor que o projeto de remoção e extermínio da população palestina segue em curso. “Quando nós lembramos da Segunda Guerra Mundial e pegamos tudo que aconteceu na Palestina depois, e tudo que acontece na Palestina hoje, supera a Segunda Guerra Mundial. Inaugura-se logo depois da Segunda Guerra Mundial e segue até os dias de hoje, como se a Segunda Guerra Mundial e o nazismo tivessem seguido até os dias de hoje.” Assista: 

       

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