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      "A guerra na Ucrânia foi um projeto dos EUA para desgastar a Rússia", diz Thomas de Toledo

      Thomas de Toledo analisa a reconfiguração do poder global sob Trump e o impacto da guerra na Ucrânia

      (Foto: Reuters | Reprodução )
      Dafne Ashton avatar
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      247 - Em entrevista ao programa Boa Noite 247, o historiador e professor de Relações Internacionais Thomas de Toledo analisou as mudanças no cenário geopolítico global diante da guerra na Ucrânia e do retorno de Donald Trump ao protagonismo político nos Estados Unidos. Segundo ele, o imperialismo americano vive uma nova fase, mais direta e agressiva, com um alinhamento cada vez mais próximo da extrema-direita mundial.

      "O Trump de hoje é diferente do primeiro mandato. Ele e sua equipe já entenderam como funciona a máquina e quais interesses podem colocar em jogo", afirmou Toledo. Ele ressaltou que o republicano não representa uma ruptura no intervencionismo americano, mas sim uma reconfiguração de estratégias, que lembra a dinâmica dos impérios no final do século XIX e início do XX.

      O professor também destacou a crise na Europa e a instabilidade das alianças ocidentais. "A própria Europa está em crise, sem saber exatamente de que lado está. Macron engrossa o coro contra a Rússia, mas a Rússia está aproveitando o momento para avançar", analisou. Para ele, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky está cada vez mais isolado, e os países europeus enfrentam dificuldades para justificar os gastos com a guerra. "Se você não tem resultados concretos, fica difícil justificar tanto dinheiro despejado em um governo que não está tendo êxito", pontuou.

      Toledo também avaliou a estratégia de Trump em relação à Rússia e à China. "Ele oferece bandejas de gentilezas à Rússia para tentar afastá-la da China, mas para Putin, a aliança sino-russa é muito mais segura e estável", explicou. No entanto, ele ressalta que a Rússia deve explorar essa aproximação de Trump para obter vantagens estratégicas.

      Sobre a guerra na Ucrânia, Toledo afirmou que os Estados Unidos tiveram um papel direto na criação do conflito. "A guerra começou em 2014 com o golpe de Estado que derrubou um presidente legítimo e, a partir dali, a Ucrânia foi sequestrada por interesses ocidentais", afirmou. Ele também destacou a situação de fragilidade de Kiev. "Zelensky está isolado, sem soldados, convocando idosos e adolescentes para lutar", disse.

      O professor também abordou a presença da OTAN no conflito, classificando a aliança militar como um instrumento de destruição. "A OTAN se tornou uma indústria da guerra, destruindo nações para depois vender a reconstrução. O que fizeram na Líbia foi exatamente isso", afirmou. Segundo ele, a OTAN hoje se comporta como um mecanismo de imposição da hegemonia americana, sem que a Europa tenha autonomia real.

      Em relação à economia russa, Toledo argumentou que a guerra favoreceu Moscou, ao contrário do que era esperado pelos estrategistas ocidentais. "O PIB russo está crescendo, sua produção nacional se fortalecendo e sua aliança com a Ásia se consolidando. Hoje, quem menos tem interesse em acabar com a guerra é a Rússia", afirmou.

      Por fim, ele criticou a hipocrisia do discurso ocidental sobre democracia e liberdade. "Os Estados Unidos são uma ditadura dos ricos contra os pobres e uma ditadura do pensamento liberal. Há liberdade de expressão apenas para quem está alinhado ao discurso dominante", concluiu. Assista: 

       

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