Petrobras modera preços, mas manutenção da privatização de ativos limita efeitos da nova política, aponta Ineep
Preço internacional segue como fator central para precificação de derivados pela Petrobras, embora não mais exclusivo, o que tem gerado efeitos positivos
247 - O Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) divulgou nesta quinta-feira (8) um balanço dos dois últimos anos em que a nova política de preços da Petrobras vem sendo aplicada.
A nova política busca "abrasileirar" os preços dos combustíveis e obteve sucesso nesse quesito. Contudo, pondera o Ineep, a manutenção da privatização de ativos estratégicos da Petrobras prejudica o alcance da nova política de preços. Além disso, segundo o Ineep, os preços internacionais seguem como fator central para a precificação dos derivados pela Petrobras, embora não mais exclusivo.
"A atual política comercial da Petrobras para a gasolina e o diesel completará dois anos no próximo dia 16 de maio. Até aqui, cumpriu seu objetivo de mitigar o ree da volatilidade dos preços internacionais para o mercado interno, moderar as pressões sobre os preços dos derivados, em especial do diesel, e contribuir para geração de valor e bom desempenho financeiro da companhia", aponta o estudo.
E pondera: "É possível perceber ao menos três elementos determinantes para a limitação dos efeitos da nova política de preços da Petrobras: (i) a privatização da BR Distribuidora em 2021, subsidiária da estatal que operava nacionalmente no segmento de distribuição e revenda e permitia um controle social maior das margens de lucro desse segmento; (ii) a privatização de duas refinarias que juntas correspondem a cerca de 17,5% da capacidade de refino do país, a RLAM na Bahia, vendida em 2021, e a REMAN em Manaus, vendida em 2022; e (iii) a retomada da reoneração gradual dos tributos federais e estaduais sobre a gasolina e diesel, que foram reduzidos ou zerados ao longo de 2022 e 2023".
De acordo com o Ineep, as privatizações reduziram a capacidade do Estado de coordenar preços e criaram monopólios privados regionais, especialmente na Bahia e na Região Norte.
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