Alckmin reforça disposição do Brasil para negociar tarifas com EUA e alerta sobre riscos da guerra comercial
Governo vai revisar imposto de importação sobre produtos não produzidos no Brasil, disse o vice-presidente
247 - O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, reafirmou nesta terça-feira (22), durante evento com empresários do setor de autopeças, a disposição do Brasil em negociar as tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Alckmin também alertou sobre o risco de desvios de produtos em direção ao Brasil, impulsionados pela guerra comercial gerada pela política tarifária americana. As informações sao do jornal O Estado de S. Paulo.
Em seu discurso, o ministro relembrou as conversas com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e o representante comercial do país, Jamieson Greer, e ressaltou que, do lado americano, a balança de bens e serviços é superavitária. Por isso, argumentou, o Brasil não deveria ser alvo das tarifas impostas por Trump.
Alckmin destacou que oito dos dez produtos mais exportados pelos Estados Unidos para o Brasil não pagam tarifas para ingressar no mercado brasileiro. Em média, a tarifa cobrada pelo Brasil sobre os produtos americanos é de apenas 2,7%, observou o ministro.
“Por isso, o Brasil naquela decisão inicial ficou com a menor tarifa. E o caminho é de diálogo, o que nós estamos propondo é aumentar ainda mais a parceria, não fazer um perde-perde, mas um ganha-ganha para a gente poder ter mais trocas comerciais e complementaridade econômica”, afirmou Alckmin durante a cerimônia de abertura da Automec, a feira internacional do setor de autopeças.
Em seguida, ele destacou que o governo está vigilante quanto à possibilidade de que produtos industriais sejam “indevidamente” deslocados para o Brasil devido a barreiras comerciais impostas em outros países.
Ainda de acordo com a reportagem, Alckmin também anunciou que o ministério revisará a lista de ex-tarifários, produtos que pagam tarifas de importação reduzidas por não serem fabricados no Brasil. A intenção é atualizar a relação para excluir itens que já estão sendo produzidos nacionalmente.
“Nós vamos fazer uma revisão da questão dos chamados ex-tarifários para separar bem o que nós não fabricamos no Brasil. Zeramos o imposto de importação para poder importar e a indústria crescer. Mas o que nós fabricarmos no Brasil, não. Nós queremos fortalecer a indústria no nosso País”, informou Alckmin aos jornalistas.
O ministro ainda destacou o bom momento vivido pela indústria de transformação no Brasil, que teve um crescimento de 3,8% no ano ado, superando a alta do Produto Interno Bruto (PIB), que foi de 3,4%.
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