Alckmin celebra entendimento entre China e EUA e diz esperar 'queda forte' da Selic
"O governo do presidente Lula defende o multilateralismo e o livre comércio. Comércio exterior é emprego e renda, e quem ganha é a população", disse
247 - O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), classificou como "muito bom" o entendimento entre China e Estados Unidos e reiterou o compromisso do governo brasileiro com a defesa do multilateralismo. Em declarações feitas nesta segunda-feira, em São Paulo, Alckmin enfatizou que a postura do Brasil segue a linha de apoio ao livre comércio, destacando os benefícios que ele traz para a população.
"É muito bom que haja um entendimento entre os Estados Unidos e a China, os dois maiores PIBs do mundo, economias importantíssimas. O governo do presidente Lula defende o multilateralismo e o livre comércio. Comércio exterior é emprego e renda, e quem ganha é a população", afirmou o vice-presidente, que assumiu interinamente a Presidência da República durante a viagem oficial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China, segundo o jornal O Globo.
Em conversa com jornalistas na capital paulista, Alckmin também defendeu o fortalecimento da Organização Mundial do Comércio (OMC), afirmando que a organização é crucial para estabelecer regras claras no comércio internacional, beneficiando todos os países envolvidos.
"Torcemos por um bom entendimento", acrescentou, durante a abertura da APAS Show 2025, evento do setor supermercadista. A declaração veio logo após o acordo entre China e Estados Unidos, que, após uma reunião em Genebra, concordaram em reduzir temporariamente as tarifas retaliatórias por 90 dias. A notícia provocou uma alta nas bolsas globais.
Enquanto isso, na China, o presidente Lula criticou a postura dos Estados Unidos na guerra tarifária iniciada por Donald Trump. Lula reforçou que considera a relação bilateral com Pequim "indestrutível" e também expressou seu apoio ao multilateralismo. Em visita ao país até terça-feira, ele ainda terá um encontro com o presidente chinês, Xi Jinping.
Mais cedo, em entrevista ao UOL, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil não tomará partido na disputa comercial entre as duas potências, destacando que as tarifas impostas aos países da América do Sul "não faziam sentido", dado o déficit comercial da região com os Estados Unidos.
Alckmin, por sua vez, também indicou que há uma expectativa de queda significativa na taxa básica de juros, ao ser questionado sobre a inflação de alimentos. Ele apontou que o cenário inflacionário do ano ado foi impulsionado principalmente por fatores climáticos, como quebras de safras, e pela alta do dólar. No entanto, ele destacou que ambos os cenários mudaram positivamente.
"Os dois cenários mudaram. O clima até agora está ótimo, devemos ter uma super safra, e o dólar caiu de R$ 6,20 para R$ 5,70. Então, o que eu espero é que, da mesma forma que a Selic subiu, ela também caia fortemente, pois ela limita a atividade econômica e tem um efeito duríssimo na dívida pública, já que 41% da dívida pública está atrelada à Selic", afirmou coforme a reportagem.
Durante o evento, Alckmin também abordou as medidas do governo para fortalecer a economia, como a reforma tributária e a proposta de reforma do Imposto de Renda. Além disso, destacou a necessidade de mudanças no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), uma reivindicação de empresários do setor supermercadista. O governo, segundo ele, está estudando a "modernização" do programa para reduzir os custos de intermediação.
"O governo vai se debruçar sobre várias alternativas para apresentar ao povo", concluiu, sem detalhar as possíveis medidas em estudo.
Questionado sobre a possibilidade de liberar a venda de medicamentos isentos de prescrição (MIPs) em supermercados, uma agenda defendida pelo setor, Alckmin afirmou que o tema será "estudado" pela equipe do governo.
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