Carnaval 2025: como identificar e denunciar casos de assédio durante a folia
Pesquisa revela que 73% das mulheres temem sofrer assédio pela primeira vez ou novamente durante o carnaval
247 - O carnaval é um dos momentos mais esperados do ano, marcado por festa, cultura e celebração. No entanto, também é um período em que muitas mulheres enfrentam situações de assédio, mesmo com o fortalecimento de movimentos de conscientização, como o "Não é Não". Criado em 2017 por um coletivo feminista carioca, o movimento visa combater a violência de gênero e o assédio sexual, incentivando a autonomia feminina e o respeito durante a festa.
De acordo com uma pesquisa do Instituto Locomotiva, realizada em parceria com a QuestionPro, oito a cada dez mulheres brasileiras temem ser vítimas de assédio no carnaval, informa o jornal O Globo. O levantamento, que entrevistou 1.333 brasileiros entre os dias 3 e 17 de fevereiro, aponta que 45% das mulheres já aram por situação de assédio. Além disso, 85% dos entrevistados acreditam que o assédio ainda é frequente nesse período e que cabe a toda a sociedade agir para coibir essas atitudes. Cerca de 73% das mulheres temem sofrer a violência pela primeira vez ou enfrentá-la novamente.
Comportamentos que caracterizam o assédio - Beatriz Accioly, Líder de Direito das Mulheres do Instituto Natura, alerta para sinais comuns de assédio, como olhares invasivos, toques sem consentimento e comentários ofensivos, que violam a liberdade e o respeito das mulheres. Segundo ela, a violência de gênero não se limita apenas aos blocos de rua e casas de shows, mas também pode ser potencializada em espaços privados, como lares, durante o período de festa. O Pacto Ninguém Se Cala, implementado pelo Ministério Público de São Paulo em 2024, seguirá em vigor neste ano, reforçando a conscientização e o enfrentamento da violência contra a mulher em bares, baladas, restaurantes, casas de espetáculo e eventos similares, destaca Beatriz.
Outro fator preocupante é a violência doméstica, que tende a aumentar em períodos de feriados prolongados, finais de semana e momentos de grande efervescência social, quando o consumo de álcool e outras substâncias também se intensifica. "Durante esse período, além das violências contra mulheres que acontecem nos espaços de lazer e circulação, a violência doméstica também pode ser potencializada, pois além deste ser um período de maior fervor social e emocional em que se aumentam os fatores de risco, como consumo de álcool e drogas, finais de semana e feriados são os períodos de maior ocorrência de registros de violência doméstica e familiar", explica.
Canais de ajuda e denúncia - Para orientar mulheres que precisem de e, a assistente virtual Ângela, do Instituto Natura, oferece uma plataforma de assistência humanizada. Ainda que não seja um canal de denúncias, a ferramenta está disponível de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, permitindo que usuárias conversem com especialistas e recebam apoio adequado. "Embora não seja um canal de denúncias, a Ângela está disponível de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h para diálogos com especialistas, garantindo e necessário para um problema que persiste além das festas e feriados", destaca Beatriz Accioly.
Para denúncias formais de assédio ou violência contra a mulher, o canal oficial é o Ligue 180, que funciona 24 horas por dia e garante sigilo e acolhimento para as vítimas. A delegacia da mulher também pode ser acionada em casos mais graves, garantindo que os agressores sejam responsabilizados conforme a legislação vigente.
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