MST critica Paulo Teixeira e pede substituição a Lula
Movimento Sem Terra pressiona por mudanças na condução da política agrária. Ministro afirma cumprir metas e manter diálogo
247 - O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) defende uma troca no comando do Ministério do Desenvolvimento Agrário. O alvo da insatisfação é o ministro Paulo Teixeira (PT), que, segundo parte da direção do movimento, não estaria atendendo às expectativas quanto ao ritmo da reforma agrária, informa a Folha de S. Paulo.
A tensão, que vinha se acumulando desde 2023, deve se materializar em novas cobranças ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quinta-feira (29), durante um encontro entre o presidente, o ministro e representantes do MST em assentamento no Paraná.
Ao jornal, Teixeira afirmou estar surpreso com a crítica e reiterou que mantém diálogo regular com lideranças do movimento, além de defender que todas as metas da pasta estão sendo cumpridas conforme o planejado.
Ritmo e dados dos assentamentos estão no centro do debate - Entre os pontos levantados por integrantes do MST está a forma como os dados de assentamentos têm sido divulgados. O movimento aponta divergências em relação aos critérios adotados para contabilizar famílias assentadas, defendendo que só devem entrar nas estatísticas aquelas que recebem terras novas.
O ministério, por sua vez, afirma que ouviu as ponderações e ou a apresentar os dados com mais detalhamento, inclusive com listagens que informam nome, endereço, tamanho e município de cada assentamento. No fim de 2024, por exemplo, o governo havia divulgado o número de 71.414 famílias assentadas — número que foi alvo de questionamento pelo MST. Após esse episódio, os dados aram a ser desmembrados entre novos assentamentos e processos de regularização.
Mesmo com o esforço de transparência, parte do movimento considera que o ritmo das ações poderia ser mais acelerado e que há dificuldades orçamentárias que precisariam ser enfrentadas com maior prioridade política.
Investimentos e programas em andamento - Paulo Teixeira reforça que sua gestão tem trabalhado para fortalecer a reforma agrária. Entre as ações mencionadas por ele estão a liberação de R$ 1,6 bilhão em crédito instalação para famílias assentadas, o edital de R$ 1 bilhão lançado para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e a retomada do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), com 15 turmas iniciadas em 2023 e mais 22 programadas para este ano.
Sobre as críticas de que faltaria empenho na busca por recursos, o ministro afirma que há compromisso do governo com a pauta e que os programas vêm sendo ampliados dentro das possibilidades fiscais do momento.
Caminhos para o diálogo - Apesar das divergências pontuais, o ministro acredita que há espaço para seguir construindo soluções com o MST. Ele ressalta que as portas do ministério permanecem abertas para o diálogo e que os avanços conquistados até agora são fruto dessa interlocução constante.
O MST, por sua vez, busca reforçar seu papel como agente de pressão social, defendendo celeridade nas políticas de o à terra. A posição em relação ao ministro pode evoluir nas próximas semanas, especialmente a depender do resultado da conversa com Lula e da condução das próximas etapas do programa Terra da Gente.
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