Lewandowski: prisão de líder do PCC na Bolívia é “vitória muito importante contra o crime organizado”
Apontado como sucessor de Marcola no comando do PCC, Tuta foi capturado em Santa Cruz de La Sierra e transferido para penitenciária federal em Brasília
247 - A prisão de Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, foi classificada como uma "vitória muito importante contra o crime organizado" pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. A declaração foi dada nesta segunda-feira (19), em entrevista coletiva à imprensa.
Tuta, apontado como o sucessor de Marcola na liderança da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), foi capturado na última sexta-feira (16) na cidade boliviana de Santa Cruz de La Sierra. Após ser entregue à Polícia Federal em Corumbá (MS), ele foi transferido no domingo (18) para a Penitenciária Federal de Brasília, considerada a mais segura do país.
"Trata-se de um delinquente de alta periculosidade", afirmou Lewandowski. Segundo o ministro, a captura e o retorno de Tuta ao Brasil envolveram uma "operação extremamente complexa". Ainda de acordo com ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi informado imediatamente sobre a prisão e determinou a atuação do Itamaraty para viabilizar a repatriação do criminoso. "O presidente da República, Lula, foi imediatamente informado [da prisão] e determinou que o Itamaraty fosse avisado e envolvido na negociação para trazer este criminoso para o Brasil", destacou.
Para acelerar o retorno de Tuta, as autoridades brasileiras e bolivianas optaram pela sua expulsão da Bolívia, evitando o trâmite mais demorado de um processo de extradição. Procurado internacionalmente, o líder do PCC estava foragido há cinco anos e tinha seu nome incluído na lista de difusão vermelha da Interpol desde 2020. Ele já foi condenado a 12 anos de prisão por crimes como organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Ao justificar a escolha da Penitenciária Federal de Brasília para a custódia de Tuta, Lewandowski explicou que a unidade oferece o maior nível de segurança possível e está próxima da fronteira por onde o criminoso reentrou no país. “No setor em que Tuta está preso, ele não tem contato com outros detentos”, garantiu o ministro.
Questionado sobre possíveis impactos da presença de criminosos de alta periculosidade em Brasília, Lewandowski afirmou que o sistema prisional federal atua de forma dinâmica para evitar a formação de redes de apoio locais. "Presos dessa periculosidade são remanejados de tempos em tempos, o que inviabiliza a estruturação de e nas cidades em que eles estão presos", explicou.
Lewandowski também ressaltou a atuação coordenada entre diversas instituições para o sucesso da operação, incluindo a Polícia Federal, a Polícia Penal, órgãos de segurança do Distrito Federal e de São Paulo, além do Judiciário brasileiro.
Por fim, o ministro defendeu a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, que tem entre seus objetivos fortalecer a articulação entre os diferentes órgãos de segurança no enfrentamento ao crime organizado.
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