window.dataLayer = window.dataLayer || []; window.dataLayer.push({ 'event': 'author_view', 'author': 'Redação Brasil 247', 'page_url': '/brasil/guerra-tarifaria-abre-caminho-para-o-brics-avalia-senador-enquanto-uns-choram-outros-vendem-lenco' });
TV 247 logo
      HOME > Brasil

      Guerra tarifária abre caminho para o BRICS, avalia senador: 'Enquanto uns choram, outros vendem lenço'

      Para Irajá Abreu, presidente do grupo parlamentar do BRICS, restrições dos EUA geram oportunidades para o Brasil ampliar exportações ao Sul Global

      Irajá Abreu (Foto: Reprodução/Senado Federal)
      Redação Brasil 247 avatar
      Conteúdo postado por:

      247 – A escalada da guerra tarifária imposta pelos Estados Unidos está provocando tensões no comércio global, mas também pode representar uma janela de oportunidades para os países do BRICS. A avaliação é do senador Irajá Abreu (PSD-TO), presidente do Grupo Parlamentar de Relacionamento com o BRICS, em entrevista concedida à Sputnik Brasil.

      “A gente tem uma expressão que diz que enquanto uns choram, outros vendem lenço. Então é um problema que está acontecendo mundialmente […]. Nesse contexto, os laços comerciais dos países integrantes do BRICS tendem a se fortalecer, porque temos uma diversidade entre os países do BRICS enorme”, declarou o parlamentar, ao comentar os impactos das recentes medidas protecionistas adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que iniciou em 2025 seu segundo mandato com uma política econômica agressiva no comércio exterior.

      Oportunidades para o Brasil no Sul Global

      Irajá Abreu destacou que, diante da imposição de tarifas por parte dos Estados Unidos sobre produtos estratégicos, como o minério de ferro, o Brasil precisa buscar novos mercados. E os países do BRICS — que além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, agora contam também comEgito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos — podem ser a resposta.

      “Claro que existe também uma parcela significativa de comercialização de commodities do Brasil para os Estados Unidos, especialmente minério de ferro. Então essas tarifas impostas pelo governo americano acabam criando a necessidade do Brasil de buscar outras alternativas de mercado consumidor. E a China e outros países-membros do BRICS são, sim, uma grande alternativa para esse momento delicado que nós estamos ando, seja para a venda de soja, de carne, de minério, entre outros produtos que o Brasil comercializa no mercado internacional”, explicou o senador.

      Um dos principais exemplos citados por Irajá é a soja brasileira. Atualmente, cerca de 30% da produção nacional do grão é destinada à China, o que mostra a relevância estratégica das relações comerciais com o país asiático no contexto de um realinhamento global.

      Diversidade econômica e integração do bloco

      Para o senador, a diversidade econômica entre os membros do BRICS é uma das maiores vantagens do grupo. “Há produtores de combustível fóssil, de energia renovável, países com vocação em produtos manufaturados e detentores de inovação em tecnologia […]. A tendência é que o bloco fique cada vez mais forte e as relações comerciais possam ser ampliadas.”

      Essa pluralidade de vocações econômicas, segundo ele, permite não apenas ampliar o fluxo de mercadorias, mas também desenvolver cadeias produtivas complementares entre os países, fortalecendo o chamado Sul Global.

      XI Fórum Parlamentar do BRICS e infraestrutura estratégica

      Além das perspectivas comerciais, Irajá Abreu também falou sobre os preparativos para o XI Fórum Parlamentar do BRICS, que será sediado no Senado Federal entre os dias 3 e 5 de junho. O evento reunirá lideranças dos 11 países do bloco e deve pautar questões ligadas à infraestrutura, logística e financiamento do desenvolvimento regional.

      “Existe também um interesse nacional com relação aos investimentos ligados à logística. Nesse contexto, temos aqui um grande projeto da hidrovia do Arco Norte, que ará a ser o novo modal para escoar a produção do Arco Norte do país, que produz quase 40% de toda a soja produzida no Brasil, e que terá nessa perspectiva a hidrovia, meio de transporte mais barato e menos emissor de gases geradores do efeito estufa.”

      A proposta, segundo ele, está alinhada com as metas ambientais e econômicas do país, ao mesmo tempo em que fortalece os canais de exportação para países parceiros do BRICS, reduzindo a dependência do comércio com os Estados Unidos e Europa.

      Perspectivas diante do cenário global

      Diante das incertezas provocadas pela política tarifária adotada pelo governo norte-americano, a aposta do Brasil em uma maior integração com os países do BRICS pode representar não apenas uma reação estratégica, mas também uma nova etapa no posicionamento do país no cenário internacional.

      O senador conclui com otimismo: “O momento é delicado, mas também é propício para buscar novas rotas, aprofundar laços com parceiros estratégicos e fortalecer a cooperação entre países que compartilham desafios e interesses comuns no desenvolvimento”.

      ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].

      ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

      Rumo ao tri: Brasil 247 concorre ao Prêmio iBest 2025 e jornalistas da equipe também disputam categorias

      Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

      Cortes 247

      Relacionados