Fábrica da BYD na Bahia estará "totalmente funcional" até o final de 2026, diz secretário
Obras na instalação atrasaram devido à investigação sobre violações de legislação trabalhista
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A fábrica da montadora chinesa de carros elétricos BYD na Bahia estará em "pleno funcionamento" até dezembro do ano que vem, depois que as obras na instalação atrasaram devido à investigação sobre violações de legislação trabalhista, disse o secretário estadual do Trabalho da Bahia, Augusto Vasconcelos, nesta segunda-feira.
Até o final deste ano, a fábrica da BYD em Camaçari deve começar a produzir carros a partir de kits semiacabados, acrescentou.
"Um novo cronograma está sendo estabelecido para que até dezembro de 2026 a fábrica esteja em pleno funcionamento, com a expectativa de gerar cerca de 10.000 postos de trabalho", disse Vasconcelos em vídeo publicado em rede social, citando uma reunião com a empresa na quinta-feira ada.
A notícia chega no momento em que o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, viaja pela China com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir planos para a BYD e a indústria automotiva, disse Vasconcelos.
A BYD não comentou o assunto de imediato.
O investimento da BYD no Brasil - seu maior mercado fora da China - visa transformar uma antiga fábrica da Ford em um complexo de manufatura com capacidade para produzir 150 mil carros elétricos por ano. O projeto foi atingido em dezembro por acusações de trabalho escravo no canteiro de obras da instalação.
A aposta da empresa chinesa no Brasil inclui a aquisição de direitos de mineração em áreas ricas em lítio, um mineral comumente usado para produção de baterias.
A empresa afirmava que a fábrica começaria a produzir no início deste ano, mas os atrasos envolvendo a investigação trabalhista e fortes chuvas afetaram o cronograma, disse Julio Bonfim, chefe do sindicato dos metalúrgicos de Camaçari.
Para montar os veículos a partir dos kits importados da China, em regime de SKD, a BYD deve contratar cerca de 1.000 trabalhadores no Brasil este ano, disse Bonfim à Reuters, muito aquém dos 10.000 que a empresa chinesa prometeu inicialmente.
Apesar do atraso, Bonfim disse que o novo cronograma é uma boa notícia e que, no próximo ano, ele espera que as contratações aumentem à medida que a empresa se prepara para construir veículos inteiramente no país.
A indústria automotiva local, por meio da entidade Anfavea, tem criticado a produção de veículos no Brasil a partir dos chamados kits SKD ou CKD, em que partes dos veículos são produzidas no exterior e apenas a montagem dessas peças é executada no Brasil.
Em abril, o então presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite, afirmou que se a produção em regime CKD ou SKD aumentar no Brasil "vai ter impacto em empregos e investimentos" do setor.
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