Bolsa Família salvou mais de 700 mil vidas e evitou 8 milhões de internações em 20 anos, aponta estudo
Pesquisa publicada pela revista científica The Lancet Public Health comprova impacto do programa na saúde de crianças e idosos entre 2004 e 2019
247 - Uma pesquisa publicada na última quinta-feira (29) pela revista científica The Lancet Public Health revela que o Programa Bolsa Família teve um impacto direto e expressivo na saúde pública brasileira entre 2004 e 2019. Segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o estudo aponta que a política de transferência de renda evitou mais de 700 mil mortes e mais de 8 milhões de hospitalizações no período.
A pesquisa, conduzida por pesquisadores do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz (CEE-Fiocruz), da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade de Barcelona, avaliou dados de mortalidade e internações hospitalares em 3.671 municípios brasileiros — abrangendo 87% da população nacional. Os efeitos mais expressivos do programa foram observados entre crianças com menos de cinco anos e idosos com mais de 70.
Segundo Daniella Cavalcanti, pesquisadora da UFBA e uma das autoras do estudo, "nosso estudo mostra que políticas de transferência de renda bem estruturadas podem salvar vidas. O Bolsa Família não apenas combate a pobreza, tendo também efeitos diretos na saúde da população brasileira".
O pesquisador Davide Rasella, da Universidade de Barcelona, destacou o papel estratégico do programa diante de cenários adversos. “Durante um período de múltiplas crises — econômicas, sanitárias e climáticas — reforçar programas como o Bolsa Família pode ser decisivo para proteger as populações mais vulneráveis, especialmente em países de baixa e média renda”, afirmou.
Ainda de acordo com a reportagem, além de comprovar os efeitos positivos do programa no ado, os autores apresentaram projeções que reforçam a importância de sua continuidade e ampliação. De acordo com o estudo, se o Bolsa Família for expandido até 2030, poderá evitar outras 683 mil mortes e mais de 8 milhões de hospitalizações em todo o país.
O levantamento ainda indica que o programa tem maior eficácia quando alcança uma ampla cobertura de famílias elegíveis e oferece rees mais substanciais. Em municípios onde essas condições foram atendidas, a taxa de mortalidade infantil caiu 33% e as internações hospitalares entre idosos foram reduzidas em 50%.
Criado em 2003, no primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Bolsa Família atende atualmente mais de 20 milhões de famílias brasileiras, o equivalente a cerca de 55,1 milhões de pessoas, com um benefício médio de R$ 667,49 por núcleo familiar.
A pesquisa foi financiada por instituições internacionais como o UK Foreign, Commonwealth and Development Office, o Medical Research Council e o Wellcome Trust.
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