Agência de extermínio alvo de operação da PF tinha nome inspirado em grupo paramilitar criado na ditadura
O grupo se autodenominava Comando C4, sigla para Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos
247 - A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (28) uma operação para desarticular uma organização criminosa que se autodenominava Comando C4, sigla para Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos. O grupo, segundo as investigações, atuava como uma espécie de “agência de extermínio”, oferecendo serviços de monitoramento e assassinato de autoridades mediante pagamento. As informações são da CNN Brasil.
O nome Comando C4 não foi escolhido ao acaso. Ele faz referência direta ao Comando de Caça aos Comunistas (CCC), grupo paramilitar criado em São Paulo nos anos 1960, durante a ditadura militar. O CCC era conhecido por praticar atos de violência política, como tortura, assassinatos e atentados contra estudantes, artistas, religiosos e políticos que se opunham ao regime.
De forma similar, o Comando C4 também atua sob forte viés ideológico. De acordo com a PF, o grupo cobrava R$ 250 mil para monitorar e eliminar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O valor caía para R$ 150 mil quando o alvo era um senador, e R$ 100 mil no caso de deputados. A descoberta da organização se deu durante uma investigação sigilosa sobre a venda de sentenças judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT).
A estrutura criminosa, segundo os investigadores, reproduzia um padrão de milícia política armada, oferecendo violência como mercadoria, com objetivos ideológicos e interesses financeiros. A ligação simbólica com o CCC agrava ainda mais o caso: o grupo histórico atuou por mais de duas décadas com métodos repressivos e aterrorizantes, em nome do combate ao comunismo.
O CCC surgiu durante o período mais duro do autoritarismo brasileiro, inicialmente formado por estudantes conservadores, e logo ou a contar com o apoio de militares. Em 1968, o nome chegou a ser usado em atentados em diversas partes do país, consolidando-se como um dos braços mais violentos da repressão política extraoficial.
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