Ministros de Energia dos BRICS reforçam a compromisso com transição energética justa e sustentável
Reunidos em Brasília, ministros de Energia destacam papel estratégico do grupo na descarbonização global e lançam roteiro de cooperação até 2030
247 - Em reunião realizada nesta segunda-feira (19) no Palácio Itamaraty, em Brasília, os ministros de Energia dos países do BRICS reafirmaram, por meio de um Comunicado Conjunto, o compromisso do bloco com transições energéticas justas, ordenadas e inclusivas.
O documento, estruturado em 28 parágrafos, destaca a importância de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em alinhamento com o Acordo de Paris e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), respeitando as particularidades nacionais. Países parceiros, como Bolívia e Cuba, também participaram da reunião, que marcou o fortalecimento da cooperação internacional em temas energéticos.
“A energia é um pilar estratégico de nossas economias e sociedades. E, juntos, somos responsáveis por quase 50% da produção e consumo de energia global. Isso coloca sobre nós uma responsabilidade compartilhada de buscar o equilíbrio entre segurança energética, desenvolvimento sustentável e a transição para um futuro de baixo carbono", afirmou Thiago Barral, secretário nacional de Transição Energética e Planejamento do MME. Ele alertou ainda que “sem investimentos adequados a transição será mais lenta, menos equitativa e menos inclusiva”.
A fala de Barral foi reforçada pelo embaixador Mauricio Lyrio, sherpa do BRICS e secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty. “O mundo vê a transição não apenas como uma necessidade diante da mudança do clima. Nós vemos isso como uma grande oportunidade para posicionar nossos países em um novo paradigma econômico, para o benefício e a prosperidade de todos os povos.”
Como resultado prático da reunião, foi aprovado o Roteiro de Cooperação Energética do BRICS 2025–2030, que orientará os esforços do bloco nos próximos cinco anos. A iniciativa visa ampliar parcerias internacionais, alinhar marcos regulatórios e facilitar o o a financiamentos com juros mais baixos — medidas consideradas fundamentais para acelerar a descarbonização de setores como transporte e indústria.
Outro avanço celebrado foi a consolidação da Plataforma de Cooperação em Pesquisa Energética, com diretrizes atualizadas para o desenvolvimento de novas atividades conjuntas. Também estão em elaboração dois novos relatórios estratégicos: um sobre combustíveis sustentáveis e outro sobre o a serviços energéticos.
“O BRICS agora é visto ao redor do mundo como um grupo que precisa assumir mais e mais liderança, levando em consideração o fato de que os países desenvolvidos falharam em sua liderança durante esses anos de negociação sobre a mudança do clima”, destacou o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30.
A próxima conferência climática da ONU (COP30), a ser realizada em Belém (PA) em novembro, foi amplamente discutida. Os países do bloco sinalizaram intenção de participação construtiva, com foco na ampliação do apoio aos países em desenvolvimento frente aos desafios climáticos.
Além disso, foi anunciada a realização da primeira cúpula da Aliança Global para Eficiência Energética, prevista para fevereiro de 2026, nos Emirados Árabes Unidos. Na ocasião, o subsecretário de Energia e Petróleo do país, Sharif Al-Olama, destacou a complementaridade entre os países membros do BRICS.
"Certos países têm boas práticas no que diz respeito às energias renováveis, outros têm abundância de combustíveis fósseis e tecnologias voltadas para captura e utilização de carbono. É essa combinação de boas práticas entre os membros do BRICS que deve ser trabalhada em conjunto para encontrarmos as soluções corretas que atendam às nossas comunidades e também à comunidade global como um todo”, disse.
Por fim, Brasília sediará, nos dias 9 e 10 de junho, a VII Cúpula Energética da Juventude do BRICS, que reunirá jovens lideranças e formuladores de políticas públicas para discutir propostas e recomendações ao Relatório de Energia da Juventude do BRICS 2025, alinhado aos temas da próxima COP.
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