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      Luis Mauro Filho

      Luis Mauro Filho é jornalista, formado em Estudos de Mídia pela Universidade do Wisconsin, e é editor do Brasil 247.

      21 artigos

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      Taxa de analfabetismo funcional evidencia projeto de exclusão social e desigualdade no Brasil

      Com 29% da população sem domínio da leitura e escrita básica, país revela legado de abandono educacional e desigualdade planejada pelas elites

      (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

      “A crise da educação no Brasil não é uma crise, é projeto”, dizia o antropólogo Darcy Ribeiro, que dedicou a vida para, entre outras coisas, educar a população brasileira.

      A frase encontra confirmação no mais recente Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf): 29% dos brasileiros entre 15 e 64 anos são analfabetos funcionais, ou seja, não dominam habilidades básicas de leitura, escrita e matemática. O dado permanece estagnado desde 2018, refletindo uma política sistemática de negligência.

      A desigualdade é geracional: entre os brasileiros de 50 a 64 anos, 51% são analfabetos funcionais. Trata-se da geração formada sob a ditadura militar, que cortou investimentos em educação básica e extinguiu a vinculação de recursos ao setor. A expansão de matrículas naquele período ocorreu sem qualidade, resultando em escolarização massiva e precária.

      Já as gerações educadas após a Constituição de 1988 apresentam melhores resultados. Entre 15 e 29 anos, a taxa é de 16%. A universalização do ensino fundamental, o Fundef e o Ideb melhoraram o o e os indicadores, especialmente nos anos 2000. No entanto, os avanços foram interrompidos pelos governos Temer e Bolsonaro, que impam restrições orçamentárias com a Emenda 95, e abandonaram políticas de alfabetização e inclusão.

      O Inaf mostra também que apenas 10% da população é plenamente proficiente. A maioria está nos níveis elementar ou rudimentar. Muitos concluem o ensino médio sem compreender um texto ou interpretar um gráfico simples — o que revela falhas estruturais na qualidade do ensino.

      O governo Lula, em seu terceiro mandato, busca reverter o quadro. Retomou o CAQ (Custo Aluno-Qualidade) no Plano Nacional de Educação 2014-2025, relançou o pacto pela alfabetização infantil e criou o programa Pé de Meia, para combater a evasão no ensino médio. Houve aumento de investimento e retomada do diálogo federativo, com prioridade à recuperação das aprendizagens pós-pandemia.

      Mas é preciso mais. O analfabetismo funcional é o resultado de um pacto histórico de elites para manter o país desigual, subserviente e colonizado. Superá-lo exige prioridade real, financiamento adequado e infraestrutura de ponta em todas as escolas. Não há desenvolvimento possível sem educação pública de qualidade e ível a todos.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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