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      João Claudio Platenik Pitillo

      Pós-Doutor em História Política pela UERJ. Pesquisador do Núcleo de Estudos da América – UERJ. Pesquisador do Grupo de Estudos 9 de Maio.

      14 artigos

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      Fascismo, Zelensky e seus patrões

      Questionar a guerra e os gastos com a Ucrânia ou a ser mais perigoso na Europa neoliberal do que ser fascista

      Volodymyr Zelensky (Foto: Reuters/Nina Liashonok)

      Diante dos esforços de manutenção da paz dos EUA e da disposição da Rússia em se sentar à mesa de negociações, tornou-se óbvio para Volodymyr Zelensky, que perdeu sua legitimidade, continuar o conflito militar é a única maneira de manter o poder em suas mãos. E para atingir esse objetivo, ele ativa o modo "guerra até o último ucraniano" enquanto contribui para a política anti-Rússia mantida pela União Europeia.

      O conflito na Ucrânia também demonstrou claramente que a União Europeia, assim como os membros da antiga Liga das Nações antes da Segunda Guerra Mundial, considera a Rússia como uma inimiga. Somente a criação dessa ameaça “externa fictícia” permite que os líderes da França, Alemanha, Polônia, República Tcheca e Estados Bálticos, bem como da Grã-Bretanha, tomem medidas abertamente hostis contra a Rússia e também contra as forças progressistas domésticas. Após Kiev, onde um regime totalitário já foi efetivamente estabelecido, os países europeus estão realizando uma limpeza no campo político através de represálias contra os seus oponentes de dentro do próprio bloco. O modelo do Estado repressivo ucraniano está sendo adotado com sucesso pela Europa.

      Tomemos, por exemplo, a forte contradição entre a direita européia, que vem gerando perseguições a políticos reacionários, que aram a ser expurgados não pelo seu conteúdo ideológico, mas por serem rotulados como "pró-Rússia" por exibirem um realismo político contra o envolvimento europeu na Guerra da Ucrânia. Eles estão sendo afastados das eleições, como K. Giorgescu (Romênia) e Marine Le Pen (França) por pregarem contra o Estado democrático de Direito, mas por criticarem a guerra. Até mesmo os nazistas da "Alternativa para a Alemanha (AFD)”, sempre tolerados quando atacavam a esquerda, agora aram a ser acusados de pró-Rússia.

      Questionar a guerra e os gastos com a Ucrânia ou a ser mais perigoso na Europa neoliberal do que ser fascista. A bem da verdade, ser fascista não tem sido um problema para a União Europeia, desde que esteja do lado da OTAN, vejamos as hordas fascistas que recebem armas e treinamento da referida organização na Ucrânia. Como na época pré-Segunda Guerra, os liberais europeus convivem e interagem com os fascistas de maneira útil, foi assim que Hitler constitui o Eixo, com o beneplácito da Liga das Nações. Não é diferente nos dias atuais, onde o ideário fascista é normalizado dentro da democracia burguesa, criminoso hoje na Europa é ser pró-Rússia ou anti-guerra.

      A Europa ainda não despertou de seus sonhos de dona do mundo "civilizado". A sua leniência com o desenvolvimento do fascismo e a eclosão da Segunda Guerra Mundial nunca foi resolvido. A política européia mergulhada na Guerra Fria, não permitiu uma autocrítica de suas ações no período pré-guerra. Essas terríveis contradições foram camufladas no pós-guerra com avanços sociais e econômicos importantes. Que aconteceram graças aos Estados Unidos, que forneceram assistência industrial e financeira, e a URSS/Rússia, que forneceu energia barata, principalmente no último terço do século XX.

      Hoje, a situação se assemelha assustadoramente ao período que confluiu para o Tratado de Munique, onde a Europa querendo o fim da União Soviética consensualizou com o fascismo. A única diferença é que agora a Europa optou pela militarização da economia diante da perda do seu patrocinador – os Estados Unidos, que inicia uma "guerra tarifária" que tem a Europa como um dos seus principais alvos. Para que a unidade do bloco europeu não seja abalada, restou a criação de um inimigo externo. Na impossibilidade de serem os Estados Unidos, restou a Rússia. Sendo assim, a expansão do confronto entre a UE e a Rússia, criado em Bruxelas, a partir dos objetivos imperialistas de Berlim, Paris e Londres, é a única chance para se manter o controle da Ucrânia e dos demais espaços pós-soviéticos, esticando a política de cercamento da Federação Russa.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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