Apologia ao crime é fazer prisões racistas para manter impune branco e rico infrator da lei
Ao prender o MC negro de origem pobre e de forma humilhante, a polícia não combate o crime. Infla racismos - de novo
Se a polícia quisesse coibir o crime, prenderia o cantor branco em cuja fazenda havia trabalho escravo - esse foi parar na TV.
Se a polícia quisesse coibir o crime, algemaria o cantor branco associado a esquema das bets - esse voa com autoridades.
Se a polícia quisesse inibir o crime, prenderia o cantor branco de shows milionários no interior - esse é amigo da elite.
Ao prender o MC negro de origem pobre e de forma humilhante, sem camisa, descalço, algemado, a polícia não combate o crime.
Infla racismos - de novo.
Insufla preconceito social e cultural contra alvos de sempre para ocultar e normalizar crimes de quem tem aval para delinquir.
Reforça o estigma contra um ritmo musical associado ao crime por ser feito na favela e por pretos.
Renova a desumanização de um povo submetido por séculos a escravidão e discriminação.
Oculta quem, de fato, trafica em helicópteros, aviões e mansões para manter vivo a rota do vício.
E legitima a polícia enquanto aparato de violência para aprofundar o apartheid social, étnico e econômico do país.
Apologia, de fato, é fazer da pele ou da origem a chave para prisão ou liberdade.
O crime está aí.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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