Petro convoca trabalhadores às ruas na Colômbia em defesa de reforma trabalhista
Presidente propõe consulta popular após derrota no Congresso e pressiona oposição com mobilização no Dia do Trabalhador
247 - Neste 1º de maio, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, utiliza o Dia do Trabalhador para medir forças com o Congresso e buscar apoio popular à sua ambiciosa reforma trabalhista. O mandatário convocou manifestações em todo o país para defender um pacote de mudanças que foi rejeitado pelo Legislativo, e agora pode ser submetido à consulta popular. As informações são do Opera Mundi.
A proposta de Petro inclui uma série de medidas voltadas à ampliação dos direitos dos trabalhadores colombianos, como a limitação da jornada a oito horas diárias, pagamento em dobro por trabalho em domingos e feriados, licença para tratamento médico e períodos menstruais incapacitantes. A reforma também prevê contratos formais e contribuições previdenciárias para entregadores de aplicativos, além de obrigar empresas a contratarem pelo menos duas pessoas com deficiência a cada 100 empregados.
“A Colômbia está atrasada em relação aos direitos dos trabalhadores. Queremos garantir dignidade para quem constrói este país todos os dias”, afirmou Petro durante um discurso público, em tom desafiador à oposição.
A expectativa do governo é reunir mais de 300 mil pessoas nas manifestações, incluindo professores, aposentados e representantes de povos indígenas. A consulta popular proposta pelo presidente contém 12 perguntas que refletem os principais pontos da reforma rejeitada, e busca legitimar, por meio do voto direto, o projeto que não avançou no Congresso.
Entre as categorias mais beneficiadas pela proposta estão trabalhadoras domésticas, educadores que atuam na primeira infância em comunidades carentes e trabalhadores com contratos temporários, que ariam a ter maior proteção legal e estabilidade.
O embate político, no entanto, continua acirrado. Após a rejeição da reforma no Congresso há cerca de um mês, partidos como o Liberal e o Conservador articulam uma proposta alternativa, considerada mais moderada. O governo, por sua vez, acusa os parlamentares de bloquearem avanços sociais em nome de interesses empresariais. “Eles romperam o diálogo e traíram o povo colombiano”, disse Petro.
Os opositores argumentam que a reforma pode desestimular a criação de empregos, onera excessivamente as empresas e não apresenta estudos detalhados sobre seus custos. Diante do ime, Petro optou por levar o tema diretamente à população, numa estratégia que coloca sua popularidade à prova e transforma o Dia do Trabalhador num marco de sua luta política.
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