Gustavo Petro critica prisão de migrantes venezuelanos em El Salvador e pede libertação imediata

247 - O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, criticou duramente neste sábado (19) a criminalização da migração venezuelana e exigiu do presidente de El Salvador, Nayib Bukele, a libertação dos cidadãos presos em seu país. A declaração foi feita por meio de uma publicação na rede social X (antigo Twitter) e veio em resposta à recente decisão do governo dos Estados Unidos de transferir mais de 200 migrantes venezuelanos para prisões salvadorenhas, conforme noticiado pela agência EFE.

"Não, senhor, isso é muito ruim. Nós não aceitamos, e a justiça americana não aceita, a criminalização de crianças na Venezuela, a pátria de Bolívar", afirmou Petro, referindo-se à política migratória do governo Trump e à aceitação dela por parte do presidente salvadorenho.

Segundo reportagem da Telesur, em 15 de março, a istração Trump transferiu mais de 200 migrantes venezuelanos para centros de detenção em El Salvador, alegando possíveis vínculos com o grupo criminoso Tren de Aragua. A medida gerou críticas de entidades humanitárias e de governos latino-americanos, que veem nela uma violação de direitos fundamentais.

Para o presidente colombiano, “nenhum democrata na América Latina pode aceitar como princípio uma república na qual, pelos crimes da extinta quadrilha Tren de Aragua, toda a população venezuelana fora de seu país seja penalizada”.

Ele ainda comparou a medida àquelas adotadas por regimes fascistas: “É a repetição das ações dos fascistas contra os quais os soldados americanos lutaram até a morte”, escreveu Petro.

A indignação do mandatário colombiano foi reforçada pela recente decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, que suspendeu temporariamente as deportações de venezuelanos detidos no norte do Texas. A suspensão ocorreu após recursos judiciais de organizações de direitos humanos, que acusam o governo Trump de agir de forma ilegal ao enviar migrantes para um país que não é o de origem deles.

A retórica de Petro se intensificou ao exigir publicamente de Bukele a libertação dos detidos. “Entreguem-nos os colombianos que vocês têm em suas prisões. Libertem o povo venezuelano, porque esse povo sabe gritar por liberdade. Migrantes não são criminosos; esta é uma razão de ser da humanidade”, declarou o presidente da Colômbia.

O governo venezuelano também se manifestou, classificando a transferência como um “sequestro ilegal” de seus cidadãos. Caracas argumenta que os venezuelanos detidos estão sendo usados como bodes expiatórios em uma ofensiva ideológica contra seu governo e contra migrantes em geral.