Petro afirma que, se for deposto por apoiar o povo, haverá revolução social
Presidente colombiano convoca o povo a resistir e promete apoiar greve nacional
247 - Durante comício realizado nesta segunda-feira (20) no Paseo Bolívar, em Barranquilla, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, fez um contundente apelo à população para que se levante em defesa de seus direitos e contra o que chamou de “algozes do povo” no Congresso. A cobertura é da Prensa Latina, que acompanhou o discurso do chefe de Estado colombiano diante de milhares de apoiadores, entre eles representantes de comunidades indígenas, sindicatos e organizações camponesas.
Petro usou a tribuna para reforçar a convocatória à mobilização popular em torno do referendo apresentado por seu governo — que propõe reformas significativas nos sistemas de trabalho e saúde. “Lutaremos muito pelo referendo; não votaremos nos algozes do povo, que compram votos”, declarou o presidente, em crítica direta à elite política que, segundo ele, está bloqueando as mudanças exigidas pela maioria da população.
Com tom firme e didático, Petro questionou a legitimidade de um Congresso que, nas suas palavras, não representa os interesses da classe trabalhadora. “O que estamos fazendo? Por que entregamos aos algozes do povo a tarefa de elaborar as leis da Colômbia, sob as quais um presidente que possa ser amigo do povo deve governar? Estamos elegendo algozes ou amigos do povo?”, indagou, arrancando aplausos da multidão.
Petro também destacou os avanços sociais obtidos durante sua istração, como a valorização do salário mínimo, que cresceu acima da inflação, a geração de um milhão de empregos no último ano e o fortalecimento do setor agrícola. Para o presidente, essas conquistas provam que seu governo prioriza os interesses do campesinato e da classe trabalhadora.
Em relação à segurança, anunciou que promoverá mecanismos de diálogo entre o governo e as gangues criminosas atuantes em Barranquilla, visando reduzir a violência e melhorar a proteção dos cidadãos. “Paz é alcançar a coexistência em uma sociedade onde os direitos são para todos e onde a liberdade é possível”, enfatizou.
O presidente também comentou o recente fracasso do primeiro referendo apresentado por seu governo no Senado, em 1º de maio. Segundo ele, a proposta foi sabotada por manobras fraudulentas da oposição. Diante disso, Petro convocou os cidadãos a entrar em “assembleia permanente” e, agora, considera a possibilidade de uma greve nacional como instrumento legítimo de pressão.
“Se for hora de uma greve por tempo indeterminado, o presidente jamais tocará no povo; em vez disso, ficará do lado dele”, assegurou. E foi além: “Se me expulsarem por isso, uma revolução social eclodirá na Colômbia, porque não pedimos nada que não seja normal em nenhum lugar do mundo”.
Na véspera, o governo havia apresentado um segundo projeto de referendo, ampliando o escopo da consulta popular para incluir também temas relacionados à saúde pública.
O discurso de Petro em Barranquilla marca mais um capítulo de sua estratégia de confronto direto com o Congresso e de aproximação com os movimentos populares, num momento em que seu governo enfrenta crescente resistência institucional e política. Seu apelo à mobilização pode catalisar uma nova onda de protestos, tendo como pano de fundo a disputa sobre o futuro das reformas sociais na Colômbia.
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