Nayib Bukele é acusado de fazer acordos secretos com gangues

247 - Acusações de que o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, teria firmado acordos secretos com gangues criminosas provocaram intensa controvérsia no país.

Carlos Cartagena López, conhecido como “Charli de IVU” e apontado como um dos líderes da gangue Barrio 18, afirmou em entrevista ao jornal El Faro que Bukele negociou com as quadrilhas para favorecer sua carreira política.

Segundo Cartagena, o suposto acordo teria começado em 2014, durante o mandato de Bukele como prefeito de San Salvador, e continuado até sua vitória na eleição presidencial.

Elmer Canales Rivera, o “El Crook”, um dos líderes da MS-13 (Mara Salvatrucha), fez declarações semelhantes ao El Faro, assegurando que o grupo apoiou Bukele.

A polêmica já havia ganhado força em 2022, quando Cartagena foi liberado pouco depois de ser detido em uma blitz policial, em 21 de abril daquele ano.

De acordo com a mídia salvadorenha, o governo de Bukele nega categoricamente as acusações e insiste que jamais houve qualquer tipo de acordo secreto com organizações criminosas.

O governo Bukele é marcado por denúncias de desrespeito aos direitos humanos e políticas de encarceramento em massa. Após assumir a presidência, Bukele declarou estado de emergência em 27 de março de 2022 como parte de uma ofensiva nacional contra as gangues. Desde então, mais de 85 mil pessoas foram presas sob essa medida.

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acolheu com satisfação as recentes medidas de Bukele para abrigar em prisões salvadorenhas criminosos deportados dos EUA. As deportações do governo para El Salvador se tornaram o centro de uma batalha legal em andamento.