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      Morte de operário brasileiro gera revolta na Argentina após denúncias de negligência

      Regis Fernandes morreu preso em máquina de moagem; trabalhadores acusam empresa de omissão e exigem melhores condições de segurança

      Manifestação na Argentina (Foto: Prensa Latina )
      Otávio Rosso avatar
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      247 - O trágico acidente que tirou a vida do técnico brasileiro Regis Barcelos Fernandes, de 55 anos, causou comoção e revolta entre os operários da fábrica Cerámica Alberdi, no norte da Argentina. Fernandes foi esmagado por uma máquina trituradora enquanto realizava manutenção de rotina na unidade de Cerrillos, em Salta, no dia 29 de abril. As informações são da Carta Capital.

      Funcionário terceirizado há sete anos, Regis prestava serviços à empresa a cada 20 dias. Por volta das 18h, durante o turno de troca, ele entrou na máquina de moagem para realizar reparos e, por motivos ainda desconhecidos, o equipamento foi acionado com ele dentro. O acidente ocorreu um dia após o proprietário da empresa, Martín Rappallini, assumir a presidência da União Industrial Argentina.

      Segundo testemunhas, o técnico chegou a levantar a mão antes da máquina ser ativada, mas não houve tempo para interromper o funcionamento. Seis trabalhadores tentaram socorrê-lo, mas ele já não apresentava sinais vitais.

      A morte de Regis desencadeou uma paralisação total das atividades. O Sindicato de Operários da Indústria Ceramista (SOIC) denunciou que a empresa tentou ocultar o acidente e continuar a produção mesmo com o corpo preso no equipamento. A greve foi apoiada pela Federação Operária Ceramista da República Argentina (FOCRA).

      “A morte do trabalhador, que aconteceu em condições de trabalho que devem ser investigadas pela Justiça, foi ignorada pelos executivos. Exigimos que seja esclarecido como o acidente aconteceu e que haja garantias de segurança para trabalhar”, diz a nota de protesto divulgada pelo SOIC.

      O diretor da Cerámica Alberdi, Enrique Gatti, manifestou condolências apenas 24 horas após o ocorrido. “Com profunda dor, a Cerámica Alberdi S.A. informa o falecimento do Sr. Regis Barcelos Fernandes, especialista em manutenção, oriundo do Brasil. A empresa expressa as suas mais sentidas condolências à família e aos seres queridos, dando-lhes apoio neste momento tão difícil”, disse em comunicado.

      A empresa afirmou seguir rigorosos protocolos de segurança, mas não respondeu diretamente às acusações de que teria se recusado a paralisar as atividades após o acidente. Em outras unidades do grupo, como em José C. Paz, província de Buenos Aires, dois casos graves já haviam sido registrados recentemente — uma trabalhadora teve um braço gravemente ferido e outro operário perdeu a mão.

      Em entrevista, o secretário sindical Sebastián Pineda relatou a frustração com a postura da companhia: “O mais revoltante para os trabalhadores foi a atitude da empresa, que tentou continuar com a produção nessa mesma noite, ameaçando descontar o dia daqueles que não voltassem ao trabalho. Tivemos de brigar por um luto digno para o nosso colega”, afirmou.

      Pineda também denunciou que a empresa prioriza a produção em detrimento da segurança. “Compram peças de reposição baratas e depois acontece isso. Eles nos dizem para reclamarmos no Ministério do Trabalho porque sabem que este governo defende os empresários e é contra os trabalhadores”, criticou.

      Outro dirigente, Pedro Linares, afirmou que sensores de segurança foram desativados para acelerar a produção: “Os operários terminam arrumando as peças irregulares com as próprias mãos, num movimento que gera os acidentes graves”, alertou.

      O caso está sob investigação do promotor Leandro Flores, da Unidade de Graves Atentados contra as Pessoas (UGAP), que analisa a possível responsabilidade penal da empresa. Enquanto isso, a fábrica continua paralisada e os trabalhadores exigem respostas, equipamentos de segurança adequados, comunicação eficiente e condições mínimas de trabalho.

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