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      “Cúpula China-Celac abre nova via de desenvolvimento para o Sul Global”, diz analista argentina

      Em artigo publicado no Global Times, Maria Haro Sly destaca avanço da cooperação sino-latino-americana como alternativa às amarras do sistema ocidental

      Presidente da China, Xi Jinping, discursa na abertura do Fórum China-CELAC, em Beijing (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – Em artigo de opinião publicado no Global Times, a pesquisadora argentina Maria Haro Sly, doutoranda na Universidade Johns Hopkins, analisa os desdobramentos da recente Cúpula China-Celac, realizada em Pequim, e argumenta que o encontro representa um ponto de inflexão no debate sobre os caminhos de desenvolvimento do Sul Global. Para a autora, o fórum simboliza a consolidação de um novo eixo de cooperação entre a China e os países latino-americanos e caribenhos, em resposta às pressões e limitações impostas pela hegemonia financeira dos Estados Unidos e de seus aliados.

      O evento contou, pela primeira vez, com a presença dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Gabriel Boric (Chile) e Gustavo Petro (Colômbia), além de chanceleres e representantes de outros países-membros da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). Segundo Sly, a cúpula reflete uma mudança profunda na geopolítica regional e um movimento concreto de busca por autonomia econômica.

      Expansão da presença chinesa na América Latina

      A autora destaca que a China tem transformado profundamente a economia política da América Latina desde os anos 2000. Em 2000, o mercado chinês representava menos de 2% das exportações latino-americanas. Em pouco mais de duas décadas, o comércio bilateral cresceu 40 vezes, atingindo US$ 518,47 bilhões em 2024, com aumento de 6% em relação ao ano anterior. As importações da região a partir da China cresceram 46% em cinco anos, segundo dados do governo chinês.

      Hoje, a China é o segundo maior parceiro comercial da América Latina, atrás apenas dos Estados Unidos e à frente da União Europeia. No mesmo período, o comércio intra-regional e com os EUA sofreu retração, o que reforça a guinada estratégica dos países latino-americanos em direção a Pequim.

      Financiamento chinês e novo modelo de cooperação

      Maria Haro Sly ressalta ainda que, ao contrário das exigências tradicionais dos credores ocidentais, a China tem oferecido financiamentos baseados em projetos concretos, com cláusulas de reembolso claras e sem imposições políticas. Até outubro de 2024, o Banco de Desenvolvimento da China já havia destinado cerca de US$ 160 bilhões a mais de 250 projetos em 21 países da região.

      Durante o fórum, foi anunciada uma nova linha de crédito de 66 bilhões de yuans (cerca de US$ 9,16 bilhões) destinada ao financiamento de iniciativas em países da América Latina e do Caribe. Mais de 20 nações da região já aderiram à Iniciativa Cinturão e Rota (BRI, na sigla em inglês), inclusive a Colômbia recentemente, enquanto o Brasil firmou acordo de cooperação para desenvolver sinergias dentro do projeto.

      Desafios e perspectivas

      Apesar dos avanços, a analista pondera que ainda existem desafios importantes. O comércio regional continua excessivamente concentrado em produtos de baixo valor agregado, e a lacuna tecnológica entre a América Latina e as economias centrais permanece significativa. A autora defende a necessidade de fortalecer a capacidade estatal, ampliar a transferência de tecnologia, diversificar as exportações e investir na industrialização como estratégias para aprofundar os benefícios dessa cooperação.

      Para Maria Haro Sly, a Cúpula China-Celac representa “uma nova via de desenvolvimento” para os países do Sul Global, oferecendo alternativas reais a um modelo que, por décadas, limitou a soberania econômica da América Latina.

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