Claudia Sheinbaum comemora “sucesso completo” da eleição judicial no México
México realiza primeira eleição judicial da história
247 - Em um feito inédito na história do México, a população foi às urnas no domingo (1) para eleger, de forma direta, os integrantes do Poder Judiciário, incluindo ministros da Suprema Corte, magistrados e juízes. A presidente do país, Claudia Sheinbaum, saudou a eleição como um “sucesso completo” e classificou o momento como um divisor de águas na construção de um Estado verdadeiramente democrático. As declarações foram dadas por Sheinbaum em mensagem divulgada nas redes sociais.
"A histórica eleição do Judiciário em 1º de junho foi um sucesso completo", afirmou a chefe de Estado, destacando que quase 13 milhões de cidadãos participaram do processo eleitoral. "Hoje, milhões de pessoas votaram livremente nos novos guardiões da justiça", declarou, ressaltando a importância do protagonismo popular na definição das autoridades judiciais.
Segundo Sheinbaum, o pleito marca uma ruptura com as práticas do ado, quando parte significativa dos cargos no Judiciário era ocupada por indicações baseadas em laços de parentesco. "Metade do Poder Judiciário, segundo seu próprio presidente, chegou aos seus cargos por nepotismo — irmãos, primos, sobrinhos, cunhados de algum magistrado, ministro; não por ter participado de uma carreira judicial", criticou.
Ao comemorar o novo cenário, Sheinbaum afirmou: "O poder está no povo, não mais nas mãos de poucos", e citou o ideal do presidente Benito Juárez como inspiração para a nova era: “‘Fora da lei, nada; acima da lei, ninguém’. Ou seja, um verdadeiro Estado de Direito”.
Durante seu pronunciamento, a presidente também exaltou o momento político que vive o país: "Somos um país livre, soberano e independente, tornando-nos mais justos e democráticos a cada dia", concluiu.
Apesar do entusiasmo do governo, os dados oficiais divulgados pelo Instituto Nacional Eleitoral (INE) indicam uma participação popular ainda modesta. Em entrevista coletiva, a presidente do INE, Guadalupe Taddei, informou que a estimativa de comparecimento às urnas ficou entre 12,57% e 13,32% dos quase 99 milhões de eleitores registrados no país.
Taddei explicou que a projeção foi feita a partir de uma amostragem de 1.644 seções eleitorais distribuídas nacionalmente, utilizando modelos estatísticos de alta precisão. Segundo ela, os resultados consolidados serão divulgados nos próximos dias, seguindo uma ordem pré-estabelecida.
Primeiramente, serão conhecidos os nomes dos ministros eleitos para a Suprema Corte de Justiça da Nação (SCJN). Em seguida, serão divulgados os resultados referentes ao Tribunal Disciplinar Judicial, ao Tribunal Eleitoral do Poder Judiciário da Federação (TEPJF), às câmaras regionais eleitorais e, por fim, aos juízes de circuito e distritais.
O processo representa uma profunda transformação na estrutura democrática mexicana. Embora a taxa de participação não tenha sido alta, o significado político do evento é inegável: pela primeira vez, a cidadania teve voz direta sobre o comando do Judiciário, um os três pilares do Estado.
O México, que há décadas busca superar os resquícios de um ado autoritário, inaugura com esta eleição judicial um novo capítulo, em que o povo se torna protagonista também no campo da Justiça.
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