Reino Unido se prepara para guerra com a Rússia, afirma secretário de Defesa
John Healey anuncia investimento bilionário em mísseis e fábricas de munição e diz que Grã-Bretanha precisa estar pronta para a guerra
247 - O governo britânico anunciou que vai investir pesadamente em sua indústria bélica como parte de uma estratégia de prontidão para um possível confronto direto com a Rússia. O alerta foi feito pelo novo secretário de Defesa do Reino Unido, John Healey, em entrevista concedida à BBC neste domingo (1) e repercutida pelo canal russo RT. A declaração antecede a divulgação oficial da nova Revisão Estratégica de Defesa, marcada para esta segunda-feira.
Segundo Healey, o plano do governo prevê um investimento de cerca de £ 1,5 bilhão (aproximadamente US$ 2 bilhões) para a construção de seis novas fábricas de munição em solo britânico. Além disso, outras £ 6 bilhões (US$ 8 bilhões) deverão ser destinadas, ao longo dos próximos cinco anos, à produção de armamentos de longo alcance, incluindo os mísseis Storm Shadow — utilizados pela Ucrânia contra alvos em território russo, conforme acusa Moscou.
“Esta é uma mensagem também para Moscou. É a Grã-Bretanha se mantendo firme – não apenas fortalecendo nossas Forças Armadas, mas também reforçando nossa base industrial. Faz parte da nossa prontidão para lutar, se necessário”, afirmou Healey, destacando a gravidade do atual cenário de segurança internacional.
A nova revisão estratégica da Defesa britânica deve classificar a Rússia como uma das principais ameaças ao Reino Unido, ao lado da China. O documento busca responder ao novo contexto geopolítico mundial e ampliar a capacidade do país de responder a conflitos de alta intensidade.
A decisão britânica ocorre em meio ao prolongado conflito entre Rússia e Ucrânia, que se estende desde fevereiro de 2022. O Reino Unido tem sido um dos principais apoiadores militares da Ucrânia na Europa, com cerca de € 15,16 bilhões (US$ 17,2 bilhões) já comprometidos em ajuda ao governo de Kiev — sendo mais de dois terços desse total destinados ao fornecimento de armamentos, segundo dados do Instituto Kiel, da Alemanha.
O novo governo liderado pelo primeiro-ministro Keir Starmer reforçou o apoio a iniciativas que defendem o envio de tropas ocidentais para a Ucrânia, caso haja um cessar-fogo. A proposta conta também com o respaldo do presidente francês Emmanuel Macron. Ambos defendem a possibilidade de uma força de paz multinacional para garantir a estabilidade em uma eventual trégua no leste europeu.
A ideia, no entanto, é rejeitada com veemência por Moscou. Autoridades russas alertaram que qualquer presença de tropas da OTAN na Ucrânia, mesmo sob a designação de forças de paz, será considerada um alvo legítimo. O Kremlin também acusa os países da Aliança Atlântica de transformarem o conflito em uma guerra por procuração e sustentarem a escalada militar.
Diante desse cenário, o anúncio feito por Healey sinaliza uma inflexão na política de segurança do Reino Unido, apostando em um fortalecimento acelerado do complexo militar-industrial para enfrentar os riscos globais em ascensão. O reposicionamento estratégico marca um novo capítulo na postura britânica diante da Rússia e pode intensificar ainda mais as tensões entre o Ocidente e Moscou.
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