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      Chanceler iraniano afirma que sem garantias de enriquecimento de urânio, não haverá acordo nuclear

      O ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, critica sanções dos EUA e acusa a Europa de interferência ilegítima nas conversas nucleares

      Abbas Araghchi (Foto: Asgaripour / WANA via Reuters )
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      247 - Às vésperas da quinta rodada de negociações indiretas com os Estados Unidos, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, reforçou a inegociabilidade do programa de enriquecimento de urânio do país e mandou um recado direto à Europa: "Zero armas nucleares = temos um acordo. Zero enriquecimento = NÃO temos um acordo." A declaração foi publicada em sua conta oficial na rede X, antes da partida de sua delegação para Roma, onde ocorrerão os novos diálogos. A informação é da emissora libanesa Al Mayadeen.

      Durante entrevista concedida à televisão iraniana na noite de quinta-feira (22), Araghchi afirmou que o país persa está disposto a dialogar, mas não abrirá mão de seus direitos: “Nosso programa nuclear, incluindo o enriquecimento, deve continuar. No entanto, estamos prontos para adotar medidas de construção de confiança e transparência e aceitar um monitoramento mais amplo, porque confiamos na natureza pacífica do nosso programa”. 

      O ministro reafirmou ainda que o Irã tem capacidade técnica para desenvolver armas nucleares, mas não tem a intenção de fazê-lo, citando uma Fatwa — decreto religioso — do Líder Supremo do Irã que proíbe a posse desse tipo de armamento.

      Enquanto Araghchi partia para Roma, o porta-voz da chancelaria iraniana, Esmaeil Baqaei, criticava duramente a nova rodada de sanções impostas pelos EUA, classificando-as como um "novo ponto baixo na história americana". Segundo ele, as medidas, que miram os setores de construção civil e moradia do Irã, são "ilegais, desumanas" e representam “crimes contra a humanidade”.

      Em uma publicação no X, Baqaei escreveu: “O secretário de Estado de Marco Rubio atingiu um novo nível baixo na longa história americana de medidas coercitivas e hostis ilegais contra a nação iraniana”. Para ele, essas sanções só reforçam a convicção do povo iraniano de que os EUA estão comprometidos com a obstrução do avanço nacional.

      Araghchi também endureceu o tom contra as potências europeias, criticando suas tentativas de ativar o mecanismo de snapback, que poderia reimpor sanções da ONU automaticamente. “A Europa não tem papel algum nas negociações que estão sendo realizadas entre nós e os Estados Unidos”, afirmou.

      E completou: “Se a Europa quiser desempenhar um papel, deve abandonar suas políticas hostis e de confronto em relação ao Irã”. Segundo ele, insistir na reativação das sanções ameaça o equilíbrio do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).

      Sobre o futuro do acordo nuclear original, o Plano de Ação Integral Conjunto (JOA), Araghchi foi taxativo: “O JOA não dará frutos para o Irã”. Ele sinalizou que Teerã buscará uma nova estrutura de entendimento, já que, para o governo iraniano, o acordo de 2015 está esgotado. 

      Araghchi deixou claro que o sucesso das conversas dependerá da disposição dos EUA em fazer concessões. “Continuaremos a diplomacia enquanto os americanos nos acompanharem e aceitarem nossas posições”, declarou. “Temos que esperar para ver amanhã se o outro lado está disposto a rever suas posições.”

      O cenário diplomático é marcado por tensões intensificadas após o anúncio de sanções americanas e por uma crescente pressão internacional. Autoridades israelenses também se dirigem a Roma, num contexto em que o Irã alerta contra qualquer forma de agressão. Teerã busca, com firmeza, manter sua posição estratégica sem renunciar ao direito ao desenvolvimento de seu programa nuclear pacífico — uma equação que considera inegociável.

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